Houve
aumento da taxa para 14,25%.
Afirmam uns que não havia
justificativa para tal: a economia não está aquecida, não há
pressões de demanda e o diferencial de juros com o exterior é
enorme.
O PIB terá desempenho negativo da
ordem de 2,5% neste ano, com chance zero de recuperação curto
prazo.
O desemprego cresce e o rendimento
médio das famílias cai.
A inflação é alimentada,
basicamente, pelo aumento da energia, água, combustíveis e
transportes urbanos.
Os juros são instrumento forte do
controle da inflação, mas, se utilizados com imperícia, poderão
terminar de quebrar o país.
Sobre isso, temos algumas premissas e
várias perguntas.
Normalmente subimos os juros para
conter uma inflação de demanda: todos com muito dinheiro e querendo
comprar. Estamos em recessão. As pessoas com pouco dinheiro ou não
dispostas a gastar.
Dependemos de poupança externa e
precisamos atrair capital estrangeiro.
Taxas de juros alta atrai o capital
estrangeiro.
Hoje há grande pressão
inflacionária oriunda da correção nos preços das tarifas públicas
– inflação de custos.
Não seria importante evitar que haja
mais pressão nos custos dos produtos, vinda do aumento do dólar?
Se o investidor sair do país não
haverá um aumento da demanda por dólares com sua valorização
frente ao real – aumento do câmbio?
O Bacen tem puxado os juros olhando o
dólar, para que o investidor estrangeiro não saia do país?
O objetivo não seria que a taxa de
câmbio não suba tanto e pressione os preços de produtos importados
e seus derivados? As expectativas são ruins.
Não teríamos que pagar mais para
que o investidor compre nossos papéis (mais juros), dado que a
situação política representa risco maior para eles?
Em termos reais, a taxa de juros,
descontada a inflação, não está, este ano, próxima à lei de
dezembro de 2014? Os juros não estavam em 11,75% contra uma inflação
de 6,41%: uma diferença entre taxas de 5,34 pontos percentuais?
Hoje não estamos com a taxa em
14,25% contra uma inflação de 8,89% acumulada até junho, ou seja,
uma diferença de 5,36 pontos percentuais?
Mas cada aumento dos juros não eleva
as despesas do governo em pelo menos R$ 15 bilhões (anualizados) e
deprime a atividade e as receitas tributárias.
O que fazer?
Jurista, ministro aposentado do
Supremo Tribunal Federal
Fonte: Zero Hora, página 27 de 3 de
agosto de 2015.
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