quinta-feira, 6 de agosto de 2015

COMPARAÇÕES ENTRE PRINCIPAIS RECEITAS E DESPESAS PER CAPITA DAS CAPITAIS RIO E S. PAULO!

Primeiro Semestre de 2015- Rio / S. Paulo pela ordem.
I- Receitas Tributárias R$ 792 / R$ 951
IPTU          R$ 223 /  R$ 337
ISS           R$ 426 /  R$ 469
ITBI          R$ 48  /  R$ 75
FPM           R$ 16  /  R$ 9
ICMS          R$ 143 /  R$ 229
IPVA          R$ 69  /  R$ 128
Dívida Ativa  R$ 23  /  R$ 8
Operações de Crédito  R$ 140  /  R$ 1,2
Pessoal e Encargos    R$ 896 / R$ 696
Serviço da Dívida     R$ 68  / R$ 149
Investimentos         R$ 233 / R$ 100
Dívida Consolidada    R$ 2.350 / R$ 6.937
II- FUNÇÕES DE GOVERNO!
Legislativa         R$ 47 /  R$ 23
Segurança Pública   R$ 33 /  R$ 16
Assistência Social  R$ 46 /  R$ 40
Previdência Social  R$ 242 / R$ 252
Saúde               R$ 308 / R$ 308
Educação            R$ 242 / R$ 345
Cultura             R$  11 / R$ 16
Urbanismo           R$ 295 / R$ 152
Transporte          R$  15 / R$ 131
OBS: Urbanismo + Transportes: R$ 310 / R$ 283
Habitação           R$  16 / R$  25
Saneamento          R$  46 / R$  14
Deporte e Lazer     R$  31 / R$   7

 

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Alcorão mais antigo identificado

Londres – A Universidade de Birmingham, no Reino Unido, anunciou que testes científicos provaram que um manuscrito do Alcorão de sua coleção é o mais antigo do mundo e pode ter sido escrito perto da época do profeta Maomé. A notícia animou os estudiosos e a comunidade muçulmana local – uma das maires do país.

A descoberta ocorreu após um aluno do doutorado da instituição ter feito testes com radiocarbono, que demonstraram que o pergaminho onde estão contidas as escritas era datado da época do profeta – que viveu entre os anos 570 e 632.

Fonte: Correio do Povo, página 10 de 24 de fevereiro de 2015.

 

 

 

Ações contra ataques a ônibus

Autoridades definiram estratégias que já foram postas em prática para combater este tipo de crime

Marco Aurélio Ruas

O policiamento ostensivo nos trajetos das linhas mais assaltadas, especialmente na zona Leste de Porto Alegre, e ações de inteligência policial nos ônibus e nas vilas são as medidas que a Brigada Militar (BM) implementou com o objetivo de garantir a segurança na circulação dos coletivos mais visados pelos bandidos. Os ataques se concentram nas linhas T3, T4, T8 e T10, todas da Carris.

As definições e o alinhamento entre a Carris, os servidores da empresa, o sindicato da categoria e a BM ocorreram através de duas reuniões. No primeiro encontro, com a presença do secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, foram encaminhadas as medidas a serem adotadas. A segunda reunião ocorreu entre os servidores da Carris e o responsável interina pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Cristine Rasbold. “Ela explicou como seriam colocadas em práticas as ações para garantir a segurança da circulação dessas linhas”, disse o diretor-presidente da Carris, Sérgio Zimmermann. “A receptividade dos funcionários foi boa”. O acordo resultou no cancelamento da paralisação das linhas T3, T4, T8 e T10, marcada para o final da tarde de ontem.

Zimmermann disse que o número de assaltos aos coletivos da empresa caiu 22% nos sete primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A linha T4, segundo ele, sofreu 38 ataques em 2014. “Este ano, nos sete primeiros meses, já ocorreram 27 ataques nesta linha, que é a mais assaltada”. A avenida Antônio de Carvalho é apontada pelos motoristas como a via mais perigosa.

O videomonitoramento nos ônibus é considerado uma arma muito boa no combate aos assaltos. De acordo com Zimmermann, todos os assaltantes foram identificados. De janeiro até sexta-feira, segundo ele, foram 85 assaltos na Capital. O secretário da Segurança Pública considerou a utilização do equipamento uma opção para a BM estabelecer novas estratégias de abordagem. Jacini comentou que as imagens poderiam ser transmitidas em tempo real para o Centro de Operações, instalado na Secretaria da Segurança. Desse modo, acentuou o titular da SSP, seria possível estabelecer diversas estratégias de combate aos ladrões. Uma delas, ressaltou Jacini, seria articular táticas de abordagem assaltantes de ônibus.

Fonte: Correio do Povo, página 17 de 25 de julho de 2015.

 

 

Acordo histórico diminui ofensivas

Havana – O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc alcançaram neste domingo um histórico acordo para uma desescalada do conflito armado – que havia se intensificado, colocando em risco o processo de paz. “O governo nacional, a partir de 20 de julho, colocará em andamento um processo de desescalada das ações militares, em correspondência com a suspensão de ações ofensivas por parte das Farc”, disseram em Havana as delegações de paz do governo e da guerrilha.

Esta é a primeira vez que o governo colombiano de Juan Manuel Santos aceita reduzir as operações contra a guerrilha desde o início do processo de paz, em 2012. Enquanto os negociadores tentam chegar a um pacto definitivo, ambas as partes podem anunciar a qualquer momento um acordo parcial sobre reparação às vítimas.

No sábado, o presidente Santos parabenizou o início do plano de retirada de monas conjunta entre seu governo e a guerrilha, acertado pelos diálogos de paz e que começou como era previsto, no Noroeste do país. A Colômbia é o segundo país do mundo com mais minas, depois do Afeganistão. Desde 1990, os explosivos fizeram mais de 11 mil vítimas, entre mortos e feridos.

Fonte: Correio do Povo, página 6 de 13 de julho de 2015.

 

DATAFOLHA: 71% DIZEM QUE GOVERNO DILMA É RUIM OU PÉSSIMO!


(Datafolha - Folha de SP, 06) 1. Com 71% de reprovação, a presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores taxas registradas por Fernando Collor (1990-92) no cargo às vésperas de sofrer um processo de impeachment. No levantamento anterior, realizado na terceira semana de junho, 65% dos entrevistados viam o governo Dilma como ruim ou péssimo. O grupo dos que consideram a atuação da petista ótima ou boa variou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Em junho, 10% dos consultados pelo Datafolha mantinham essa opinião. Agora, são 8%.
2. O cenário piorou para a presidente Dilma também no que diz respeito a um eventual pedido de impeachment. Questionados se o Congresso deveria abrir um procedimento formal de afastamento, 66% dos entrevistados disseram que sim. No levantamento anterior, realizado em abril, eram 63%. Também aumentou a quantidade de pessoas que acham que ela será retirada do cargo, independentemente de suas opiniões sobre um eventual processo de impeachment. Em abril, 29% diziam que a presidente seria afastada do Planalto. Agora, 38% disseram achar que Dilma sofrerá um impeachment.

 

Ex-Blog do Cesar Maia

 

Advogada afirma ter sofrido pressões

Defensora de delatores da Lava Jato, Beatriz Catta Preta fechou escritório

A advogada Beatriz Catta Preta afirmou ontem, em entrevista ao Jornal Nacional e ao Jornal Estado de São Paulo, que decidiu deixar os casos dos clientes que defendia na Operação Lava Jato porque se sentia ameaçada e intimidada por integrantes da CPI da Petrobras. Ela disse que, devido às supostas ameaças, fechou o seu escritório e decidiu que abandonaria. Sem citar nomes, Catta Preta disse que decidiu encerrar a carreira a fim de zelar pela segurança da família.

Ela afirmou que passou a sofrer intimidação depois que o empresário Júlio Camargo, que ela defendia, mudou o teor do que tinha afirmado. Inicialmente, em depoimento do acordo de delação premiada, ele disse que não tinha conhecimento de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras de pessoas com foro privilegiado. Depois, declarou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha pedido US$ 5 milhões de propina – o deputado nega.

Após a aprovação no último dia 9 do requerimento que a convocou para depor à comissão, a advogada desistiu de continuar defendendo três clientes que fizeram acordo de delação premiada no âmbito da investigação do esquema de corrupção na Petrobras. Para o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), Catta Preta precisa explicar à comissão a origem do dinheiro recebido a título de honorários.

Indignada sobre quais eram os autores das supostas tentativas de intimidação, Catta Preta respondeu: “Vem dos integrantes da CPI”, declarou. O deputado Hugo Motta afirmou por meio da assessoria que a convocação para depoimento não significa perseguição.

Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandoski, aceitou pedido da Ordem dos Advogados do Brasil desobrigando a advogada de prestar esclarecimentos à CPI.

Fonte: Correio do Povo, página 4 de 31 de julho de 2015.

 

 

 

A história, lições perenes, por Jarbas Lima

A história é o espelho da verdade. Alerta e salva. Instrui com a experiência e corrige com o exemplo. Na história conhecemos o passado e, atentos, podemos perceber o futuro. Nosso tempo é o presente. Os crimes, as loucuras e as desgraças, quando reconhecidos, já são passado, com ou sem nossa participação ou omissão. Li, com prazer, a Revista da Magistratura do TRF da 4ª Região, vol. 2, particularmente, o artigo do desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, “O legado do julgamento de Nuremberg”. Texto precioso e enriquecedor, com a força da verdade de acontecimentos que abalaram o mundo, fazendo vítimas em crimes tenebrosos, quando a maldade humana mostrou-se em limites inconcebíveis.

Em 20 de setembro de 1945, findo o conflito mundial, iniciou-se o julgamento. Eram réus os chefes nazistas como Herman Goering. Julgamento público. Foi promotor-chefe Robert H. Jackson. Ampla defesa, negada a milhões de vítimas. Foi “a força do mais lúcido sentimento jurídico, o triunfo de uma moral superior, compromisso com a Justiça”, a resposta civilizada ao barbarismo. Parabéns ao autor.

O curso histórico encerrou um tempo. Esgotou-se o impulso motor que o instigava. A lição tem que ser aprendida. Os fatos não podem ser esquecidos. O tempo passa, restam as trágicas lembranças. Os fatos não se isolam. As vítimas imoladas estão vivas na memória da humanidade.

Na história, o homem trabalha com o passado. As instituições, as tradições, os costumes, com os valores humanos, com a realidade. A história é para as energias individuais um impulso e um freio, por confluir nelas as grandes reservas morais dos povos e das gerações. Contra o orgulho desvairado, os períodos históricos imbricam-se uns nos outros, como as diversas idades de um mesmo organismo. Cada período nasce do passado e prepara o futuro. A continuidade do processo histórico é uma sucessão de momentos progressivos de uma mesma vida. Clio, a musa da história, na mitologia grega, vestia-se com uma túnica branca, feita de uma peça só, simbolizando que a história não tem emendas, é inconsútil.

Professor de Direito

Fonte: Correio do Povo, edição de 26 de julho de 205, página 2.

 

Atestado médico vendido por R$ 40

Documento é confeccionado com rarimbo roubado e comercializado livremente nas imediações do Camelódromo

    É fácil conseguir um atestado médico falso no Centro de Porto Alegre. Na manhã de ontem, uma equipe da Rádio Guaíba comprou esse documento, pagando R$ 40. A transação ocorreu nas proximidades do Pop Center (Camelódromo), na rua Voluntário da Pátria. Através de uma denúncia, revelando que a comercialização ocorre livremente, um jornalista se passou por um trabalhador que queria faltar ao serviço por um dia e precisava do documento. O vendedor revelou que a prática é comu, com movimento acentuada no inverno. O atestado falso foi entregue à Polícia Civil.
    Eram 11h30min quando o jornalista encontrou o vendedor. Na calçada, o criminoso não apresentava preocupação com o intenso movimento ao seu redor. Após o jornalista pedir um atestado, o homem que se identificou apenas como Alfredo, perguntou quantos dias de repouso o interessado precisava. A única informação requerida foi o nome completo. O repórter forneceu um nome fictício.
    Com o nome do comprador, o homem seguiu até um local nas proximidades. Alfredo revelou existir uma clínica no lugar. Essa fornecia o documento. Por volta das 12h, Alfredo retornou com o atestado em mãos. O documento tinha o carimbo do médico Joaquim Kliemann, que foi assaltado em 2013 e teve seus documentos e o carimbo levados pelos ladrões. O médico registrou ocorrência na Polícia na época. Em cima do carimbo, um rabisco imitava uma assinatura. No topo da folha está o logo da prefeitura de Porto Alegre e um pouco mais abaixo a inscrição Secretaria Municipal da Saúde. Alfredo garantiu que não haveria problema na apresentação do documento na empresa. "Pode apresentar. Está carimbado pelo homem", assegurou.
    O delegado André Mocciaro, da 17ª DP, ressaltou que o crime acaba sendo alimentado pela própria população, que compra o documento falsificado. Segundo ele, as pessoas acabam "alimentando este tipo de situação e também fazendo com que estelionatários fiquem pela região". O vendedor - Alfredo - pode ser detido por falsidade ideológica e estelionato. Porém, por causa da dificuldade de comprovação do crime, o comerciante do documento só será punido se for preso em flagrante ou se admitir o crime. Quem comprar e utilizar o atestado falsificado responderá pelos mesmos crimes. "A pessoa vai com um problema, mas acaba saindo de lá com dois", comentou Mocciaro.
    Conforme o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Francisco Vieira, a partir da denúncia, a Polícia está planejando ações para desarticular o esquema. "As falsificações não vêm à tona devido a falta de denúncias", relcamou o oficial.

Fonte: Correio do Povo, página 17 de 28 de julho de 2015.

 

 

ARGENTINA: PESQUISA PARA AS ELEIÇÕES PRIMÁRIAS PRESIDENCIAIS DO DOMINGO 09/08!


(Telam 05) Pesquisa CEOP.
1. A fórmula presidencial da Frente para la Victoria tem 38 por cento seguida pela soma dos votos dos candidatos da frente Cambiemos, que chega a 30 por cento das intenções de voto.
2. Em terceiro lugar, a Frente Unidos por una Nueva Argentina (UNA), que tem como pré-candidatos a Sergio Massa e a José Manuel de la Sota, com 17 por cento.
3. Se considerarmos apenas os nomes dos candidatos, i governador do estado de Buenos Aires Daniel Scioli e o prefeito da capital Buenos Aires Mauricio Macri, a vantagem do primeiro alternativa do kirchnerismo seria de 12 pontos que com a projeção dos indecisos Frente para la Victoria de Scioli supera 41%.
4. A imagem positiva da presidente Cristina Kirchner alcançou 52%.

 

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Phil Collins - Against All Odds - Live Aid 1985 - London, England

Phil Collins performing "Against All Odds (Take A Look At Me Now)" during Live Aid, Wembley Stadium, London, England, July 13, 1985. (from bumnote.com)

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Cama ejeta pessoas que tem dificuldade para acordar cedo

Você tem dificuldade pra acordar cedo? Mesmo com aquele despertador paulera que acorda a vizinhança toda você não consegue acordar cedo? Seus...

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Gêmeas do nado sincronizado chocam ao exibir magreza

NOTICIAS.BOL.UOL.COM.BR

 

 

Honestidade: elogiado o corredor que se negou a vencer líder, que parou por engano

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VÍDEO: "Perdi meu guardião", diz pai de garoto assassinado

ZHORA.CO

 

 

A logística na economia

O Brasil tem hoje um dependência muito grande das rodovias, o que configura uma situação que demanda maiores investimentos em outras modalidades de transporte, como aerovias, hidrovias e ferrovias. Contudo, a maior parte das verbas é alocada para as rodovias. De acordo com um levantamento recente de uma consultoria especializada, a cada R$ 100,00 investidos na última década, R$ 96,00 foram para as rodovias, R$ 3,20 para aeroportos e apenas R$ 0,80 para hidrovias. Ferrovias, por exemplo, não receberam os aportes necessários para a expansão.

No Rio Grande do Sul, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, de cada 100 quilômetros de estrada, apenas 13 estão asfaltados, deixando o Estado em último lugar no quesito pavimentação das rodovias. Isso mostra que a logística para o escoamento da produção precisa ser urgentemente repensada e alternativas têm de ser estudadas numa parceria efetiva entre os setores públicos e privados.

As estradas hoje têm uma influência direta no chamado Custo Brasil, fazendo com que o país perca competitividade no comércio exterior. Contudo, não apenas a Balança Comercial é atingida, pois os reflexos chegam também ao mercado interno, elevando os custos de produção para as empresas. É por isso que a logística que envolve transporte, sem esquecer a armazenagem, precisa ser melhorada, com mais inovação e recursos direcionados para sanar esses gargalos que vão cada vez mais dificultando a retomada do crescimento econômico.

Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 28 de julho de 2015, página 2.

 

 

A Medicina da URI e a esfera pública, por Alcides Mandelli Stumpf

A sociedade está três cafezinhos atrasada. A afirmativa está a parafrasear o antigo astro do cinema Humprey Bogart, que disse: “A humanidade está três uísques atrasada. Se todo mundo tomasse esses três uísques, não teríamos tantos problemas”.

Jürgen Habernas, filósofo alemão, na década de 1960, concluiu que havia uma ligação entre a razão comunicativa e o que ele chamou de “esfera pública”. Este lugar indefinido e nem por isso virtual incluía no passado, por excelência, salões literários e cafés. Ali iniciaram-se questionamentos populares que mudaram relações históricas. Os cafés, além de rodas sociais, tornaram-se foco de vida política na Europa do século XVIII. Locais onde “os insatisfeitos se reuniam”, ameaçados de fechamento pelas autoridades – bem como acontece hoje.

Na atualidade, com a difusão e informalidade cultura, a esfera pública passa por bares, salas de professores, blocos cirúrgicos, gabinetes dentários, bancas advocatícias, lounges de academias, salões de beleza e mídias sociais. Há inclusive os que conversam e tomam café na cama. Outros, como o querido amigo Juremir Machado da Silva, têm até um programa de rádio próprio para discutir. O importante é que são lugares onde pessoas se reúnem para se engajar, conversar ou debater o que está a acontecer – em princípio, visando ao bem comum.

A esfera pública abriu oportunidades cada vez maiores para questionar a autoridade da cultura representativa do Estado. Tornou-se um “terceiro espaço”, um moderador entre o mundo privado dos amigos, da família e o espaço ocupado pelo controle do Estado.

Nesse jogo de ideias abrimos mais oportunidades para reconhecer que temos muitos interesses em comum com outros indivíduos – interesses que o Estado, frequentemente, falha em servir. Isso leva ao questionamento das ações governamentais, atos, erros e desperdícios. Vide a Revolução Francesa em 1789.

Ainda de acordo com Habermas, a sociedade depende não apenas de avanços tecnológicos, mas também da capacidade de criticar e pensar coletivamente sobre as próprias tradições.

Em Erechim, acadêmicos, políticos e nós da esfera pública – às vezes meros fofoqueiros – tomamos os três cafezinhos que faltavam. Do encontro resultou a criação do curso de Medicina da URI, realização de grande sonho coletivo. Agora, podemos relaxar e comemorar com o merecido uísque. Saúde!

Médico

Fonte: Correio do Povo, edição de 19 de julho de 2015, página 2.

 

 

A soma de nossos medos, por Rogério Mendelski

Mais um medo veio juntar-se tantos outros de nosso cotidiano. E talvez seja o pior de todos os medos – a barbárie. E a barbárie se apresenta e pede passagem quando nos damos conta de que sair de casa é uma temeridade, pois à nossa espreita está uma bandidagem que nada tem a perder e nós não temos a quem pedir socorro. Ou talvez quando ele chegue já seja muito tarde e só nos resta entregar os anéis (o celular) para não perdemos os dedos (a vida). Como se voltássemos ao período paleolítico, estamos desenvolvendo instintos de sobrevivência tais como a visão periférica, o nosso perímetro de segurança, a nossa territorialidade, como disse o escritor Affonso Romano de Sant'Anna, definindo uma distância de fuga para nossa segurança.

O que é isto? Vou na tese do brilhante Romano de Sant'Anna: “distância de fuga é aquela mantida por um animal para poder escapar caso seu predador se manifeste. Diz Hediger que um antílope foge quando o intruso se acha a 500 metros de distância. Já distância de fuga de uma lagartixa de parede é de cerca de 2 metro”.

Para a escumalha que nos assalta todos os dias, somos as lagartixas, com espaço de fugo muito restrito, e o único temor dos bandidos não é mais Polícia, mas a possibilidade de linchamento, como ocorreram três aqui na Região Metropolitana em uma semana apenas.

Linchamento é o fundo poço do Estado de Direito, é uma justiça que não tem balança e a espada nas mãos, mas apenas pedras, porretes, fios de luz e arame farpado para se impor diante de bandidos capturados após um assalto frustrado.

Estamos cansados de ver assaltantes – ladrões de celulares, bolsas e veículos – enquadrados nos crimes de baixa periculosidade, deixando a delegacia de Polícia com um sorriso no canto da boca.

A deficiência do poder público deixando de nos defender quando mais precisamos dele alimenta os nossos instintos mais primitivos, não mais de justiça, mas de vingança. Só uma sociedade doente lincha seus criminosos. Mas estamos doentes é porque fomos contaminados pela impunidade dos grandes criminosos que roubam bilhões do povo brasileiro, psicopatas canalhas, viciados em embargos infringentes e delações premiadas. Na calculadora social o resultado disso tudo é a soma dos nossos medos.

Três casos

Na semana passada, ocorreram três casos de linchamento – dois em Porto Alegre e um na cidade de Igrejinha. Todos envolvendo a revolta de pessoas que presenciaram assaltos e resolveram agir por conta própria. Um dos casos resultou na morte do assaltante.

O perigo

Nunca, em tempo algum, nosso estado viveu um clima tão violento com três linchamentos numa semana. Na última segunda-feira, um colega da Rádio Guaíba entregou o seu celular, na Praça da Alfândega, às cinco horas da tarde. O assaltante estava armado e fugiu antes de ser pego por pessoas que testemunharam o “crime de baixa periculosidade”.

O medo dos bandidos (1)

Dois jovens suspeitos de assaltarem três pessoas, no ano passado no bairro diamantino, em Santarém, Oeste do Pará, se entregaram para policiais militares com medo de serem linchados por populares. Após o crime, eles fugiram e se esconderam em casas no bairro.

O medo dos bandidos (2)

Os suspeitos foram perseguidos por moradores. Cada um se escondeu em uma casa. Quando a Polícia chegou ao local, eles se entregaram. “A gente se escondeu. Corri para um lado, ele para o outro e nos separamos. Fiquei em cima do telhado, depois desci para perto. Foi a primeira vez que assaltei”, afirmou um dos suspeitos, Juciê da Silva.

Linchamentos

No ano passado, em quatro meses, ocorreram 19 casos de revolta popular contra bandidos no Pará. Segundo o jornal Diário do Pará, seis acusados de assaltos e outros crimes foram linchados e mortos. A Polícia conseguiu evitar outras 13 tentativas.

Verdade dolorosa

A cada dia, quatro linchamentos ou tentativas de linchamentos ocorreram no país, e centenas de milhares de brasileiros participaram dessas ações nos últimos 60 anos. Os dados são do sociólogo José de Souza Martins, que lançou recentemente o livro “Linchamentos – A justiça popular no Brasil” (Editora Contexto).

Fonte: Correio do Povo, página 6 de 30 de julho de 2015.

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