quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Caixa adota restrição adicional para financiamento imobiliário

A Caixa Econômica Federal fará uma restrição adicional para financiamento imobiliário, diante da prolongada sangria dos recursos da caderneta de poupança.
A partir do dia 17, quem tem contrato de financiamento na Caixa com recursos da poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), não poderá mais tomar outro crédito dessa linha, informou o banco federal em nota nesta quarta-feira.
"Essas operações representam apenas 2,4 por cento da quantidade de financiamentos concedidos pelo banco", informou a Caixa em nota.
O banco federal destacou ainda que o foco da instituição em 2015 são imóveis novos, com destaque para a habitação popular, operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Segundo a Caixa, essas operações "de habitação popular não tiveram nenhuma alteração".
Maior concessora de empréstimos para compra da casa própria no país, com cerca de dois terços do mercado, a Caixa vem tomando, desde o começo do ano, sucessivas medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário.
Neste ano, o banco já elevou duas vezes o preço cobrado dos empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além de reduzir, de 90 para 80%, a cota máxima de financiamento do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC) e 50% pela tabela Price.
Um dos motivos desse movimento é o aumento da taxa básica de juros Selic, que tem provocado migração de recursos da poupança para alternativas mais rentáveis, como títulos públicos.
Segundo o Banco Central, os resgates da poupança superaram os depósitos em junho pelo sexto mês consecutivo, levando a saída líquida no primeiro semestre a 36,15 bilhões de reais.
Dados preliminares do BC de julho mostram que os resgates líquidos no mês passado até dia 30 somaram 5,53 bilhões de reais, com a saída total superando 40 bilhões de reais em 2015.
O crédito imobiliário financiado com recursos da poupança era de 104,4 bilhões de reais em junho, o menor desde pelo menos 2003. No primeiro semestre, os desembolsos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caíram 16 por cento, segundo a Abecip, entidade que representa os financiadores do setor.
Enquanto a Caixa desacelera no crédito imobiliário, rivais como Banco do Brasil e Itaú Unibanco têm ampliado os desembolsos para habitação, buscando se concentrar em segmentos de crédito tidos como de menor risco num momento de economia em retração.
Na terça-feira, o Itaú anunciou que o crédito imobiliário e o consignado foram os únicos a crescerem no segundo trimestre ante os primeiros três meses de 2015.
Já o BB anunciou há duas semanas uma linha de crédito de 1 bilhão de reais para o setor imobiliário, oferecendo financiar até 90 por cento de imóveis avaliados em até 400 mil reais.

IMPACTO

Profissionais do mercado imobiliário tiveram reações distintas ao anúncio da medida. Para o vice-presidente de habitação popular do SindusCon-SP, Ronaldo Cury, o impacto da restrição será pequeno.
"Na prática não muda muita coisa. É muito baixo o percentual de quem consegue comprar dois imóveis", disse.
Já a fundadora da Akamines Negócios Imobiliários, Daniele Akamine, tanto potenciais mutuários como construtoras serão bastante prejudicados, especialmente na comercialização de imóveis na planta.
"O prazo médio entre a compra de um imóvel na planta e o início do contrato de financiamento com o banco é de dois anos", disse ela. "Quem já estava nesse processo agora é surpreendido e terá que buscar financiamento em outros bancos, que normalmente cobram taxas de juros maiores."
Fonte: Folha Online - 05/08/2015 e Endividado

 

Maior parte dos brasileiros não planeja aposentadoria; confira dicas

por DANIELLE BRANT

O brasileiro não planeja a aposentadoria. Segundo levantamento do SPC Brasil, 57% dos consumidores não se preparam financeiramente para essa fase. Desse universo, 17% pretendem depender do valor pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na terceira idade. Os dados são de pesquisa realizada com 662 entrevistados nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Para Thiago Alvarez, sócio do site de finanças pessoais GuiaBolso, o resultado preocupa, principalmente no que diz respeito a quem pretende depender do INSS. Como o valor da aposentadoria geralmente é menor que o último salário, muitas pessoas podem ter dificuldade para manter o padrão de vida.
"Aí a única coisa que resta é cortar gastos. Ou essas pessoas correm o risco de encarar o endividamento", ressalta. Para evitar surpresas, o planejamento financeiro é fundamental. "É preciso ter uma reserva financeira separada da familiar. Se ficar no mesmo bolo, o consumidor pode ficar tentado a tirar o dinheiro do bolo para comprar um carro ou a gastar", afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Uma dica é colocar o dinheiro em aplicações nas quais seja mais difícil resgatar o montante, como o Tesouro Direto ou a previdência privada. Esses investimentos também são interessantes porque podem ter aportes programados. "Tem que ter disciplina. Juntar R$ 50 ao mês aos 20 anos faz uma grande diferença depois de 40 anos", ressalta Kawauti.
No Tesouro Direto, é preciso tomar cuidado na escolha do título público. Como o foco é longo prazo, o investidor pode optar por um papel do tipo Tesouro IPCA mais juros semestrais, que paga uma taxa prefixada e a inflação. Há alternativas com vencimento até 2050.
Na previdência privada, as atenções devem se votar às taxas, que podem corroer até 30% dos ganhos. Quanto maior for o montante aplicado, menor deve ser a taxa cobrada.

RENDA VARIÁVEL
No início da fase de acumulação vale também ter investimentos em Bolsa, pois a chance de recuperar um eventual prejuízo no mercado acionário é maior.
No entanto, se o investidor estiver perto de se aposentar, deve deixar essa ideia de lado. "O mais lógico é ter investimentos em aplicações seguras e de alta liquidez. Se o investidor pegar a Bolsa em uma situação ruim, pode ter perdas e comprometer sua aposentadoria", afirma o consultor financeiro André Massaro.
A poupança, que no primeiro semestre do ano perdeu para a inflação —rendeu 3,70%, contra IPCA de 6,17%—, é recomendada apenas pela facilidade de acesso. No entanto, o ideal é deixar na caderneta apenas uma reserva de emergência. A maior parte do dinheiro deve ser aplicada em produtos mais rentáveis, como títulos públicos, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e LCIs ou LCAs (Letras de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio).
As LCI e LCA são títulos emitidos por instituições financeiras e que costumam remunerar um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa de juros nos empréstimos entre bancos). A vantagem desses produtos é a isenção de Imposto de Renda. No entanto, o dinheiro precisa ficar aplicado até o vencimento do título.
DEZ DICAS PARA SE PLANEJAR
1. Não se contente com menos
Quando o assunto é privação de consumo, sempre ouvimos que ªvida de aposentado não é fácilº, o que leva a certo conformismo. A estabilidade financeira, porém, é possível e depende mais de você do que imagina.
2. Não dependa apenas do INSS
Com a tendência de aumento da expectativa de vida do brasileiro e outros problemas relacionados ao cenário econômico do país, ficou mais arriscado contar apenas com a previdência social.
3. Pague o INSS mesmo quando estiver sem trabalho ou na informalidade
Não deixe ªburacosº na sua contribuição. O tempo sem pagar retarda a conquista da sua aposentadoria formal.
4. Poupar é possível
Guardar dinheiro não está necessariamente relacionado com sobras no orçamento, mas sim com projetos maiores como a aposentadoria. Veja seus gastos com automóvel, roupas, eletrônicos, alimentação etc.; você descobrirá onde fazer cortes.
5. Entre 80 e 100% de renda sobre o último salário
Quanto mais próximo o valor da aposentadoria do último salário recebido na fase ativa, menos cortes serão necessários para manter o mesmo padrão de vida. Portanto, considere esses cálculos para planejar quando e como se aposentar.
6. Nunca é cedo, mas também nunca é tarde
Não ter começado cedo um planejamento financeiro não deve extinguir o sonho da aposentadoria. Para isso, economize mais e por mais tempo, o que pode implicar em manter uma atividade profissional mesmo depois de ter obtido a aposentadoria formal.
7. Busque algo motivador para seguir trabalhando
Se você precisa adiar a aposentadoria, resgate um sonho profissional que ficou para trás: inicie uma segunda carreira ou empreenda para complementar a renda. Se as condições são favoráveis, por que parar? É você no comando!
8. Calcular as despesas que a aposentadoria deve contemplar
Além dos custos fixos com moradia, alimentação, água, luz, gás, despesas médicas e impostos, inclua na renda da aposentadoria gastos com lazer e atividades que promovam qualidade de vida, como um curso de artes ou de idiomas, por exemplo.
9. Mais gastos com saúde
Quem segue com o plano de saúde coletivo da empresa deve se preparar para pagar o valor integral na aposentadoria, pois os subsídios oferecidos são retirados, o que encarece a mensalidade. Além disso, a tendência é o consumo contínuo de mais medicamentos. Prepare-se para isso.
10.Caixa para eventos inesperados
Uma vez aposentado, é ideal que se mantenha uma quantia separada para eventualidades que não estejam previstas no orçamento mensal. Um convite para uma viagem de última hora ou a troca de um carro também podem encontrar recursos no caixa voltado aos eventos inesperados.
Fonte: Folha Online - 05/08/2015 e Endividado

 

Cunha quer mudar delação

    O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, alegou ontem que presos não devem ser beneficiados pela lei da delação premiada.


Fonte: Correio do Povo, capa da edição de 28 de julho de 2015, página 2.

 

 

Ex-diretores do Banco Central são condenados a pagar quase R$ 5 bilhões

por DIMMI AMORA

Ex-diretores do Banco Central em 1999 e o banco FonteCindam foram condenados a devolver pouco mais de R$ 3,7 bilhões aos cofres públicos por causa de prejuízos causados em operações de compra e venda de dólares em 1999. Além disso, terão que pagar multas superiores a R$ 1 bilhão.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (5) pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e cabe recurso. O caso ficou conhecido como escândalo Marka-FonteCindam. Eles teriam sido beneficiados com a venda de dólares por valor mais barato que o preço de mercado. O dono desses bancos, Salvatore Cacciola, foi condenado e preso por causa dessas operações.
Dezesseis anos depois, o TCU encerrou a primeira fase do processo que apura quem são os responsáveis e o valor do prejuízo aos cofres públicos com essa operação.
Os condenados são Chico Lopes, ex-presidente do Banco Central; os ex-diretores Roberto Jose Steinfeld, Fernando Cesar Oliveira de Carvalho, Claudio Ness Mauch, Demosthenes Madureira de Pinho Neto e Luiz Antonio Andrade Gonçalves; e o banco FonteCindam. Um outro processo julgará o caso do banco Marka.
Além de devolver o dinheiro considerado desviado, os ex-diretores terão que pagar multa individual de R$ 1 milhão. Já para o banco, a multa individual foi de R$ 1 bilhão.
A relatora do processo, ministra Ana Arraes, entendeu que não era legal e não teve qualquer justificativa o que ela chamou de "socorro personalíssimo" aos bancos, que foi superior a R$ 1,3 bilhão. Em menos de um mês, o Banco Central teve que arcar com um prejuízo de R$ 522 milhões por essas operações. Os valores corrigidos pela inflação e com juros fazem com que o valor do prejuízo ultrapasse os R$ 3,7 bilhões. Esse prejuízo é dividido entre todos os responsáveis.
"Não foram observados os princípios da publicidade e da impessoalidade [nos atos do BC]", disse a relatora classificando-os de "abusivos e ilegais".
A advogada Evie Nogueira e Malafaia, que defende o banco FonteCindam e seus representantes, pediu para que o processo fosse reavaliado pela área técnica devido à falta de análise de documentos da defesa, o que não foi aceito pelos ministros do TCU. A advogada defendeu que o banco não deveria ser condenado porque não "houve socorro financeiro" ao banco já que ele não estava em risco e a operação não causou prejuízo.
"A operação era regular e amparada pela legislação", afirmou Evie lembrando que perícias apontaram que não houve prejuízo ao erário.
Artur Lima Guedes, que defende ex-diretores do BC, disse que as operações se justificaram pela crise porque o país passava e que as regras da época obrigava o BC a vender dólares pelos valores comprados pelos bancos. Ele também defendeu que não houve prejuízo ao erário.
"Eles buscaram nada mais que evitar o aprofundamento da crise", disse Guedes dizendo que a ação dos servidores foi legítima.
O CASO
O caso começou com a chamada crise cambial de 1999, quando o governo teve que desvalorizar o real para evitar que o país não tivesse recursos para pagar dívidas de curto prazo. O BC, então, elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 a R$ 1,32.
Naquele momento, o banco de Cacciola tinha 20 vezes seu patrimônio líquido aplicado em contratos de venda no mercado futuro de dólar. Com o revés, Cacciola não teve como honrar os compromissos e pediu ajuda ao BC.
Sob a alegação de evitar uma quebradeira no mercado — que acabou ocorrendo —, o BC vendeu dólar mais barato ao Marka e ao FonteCindam, ajuda que causou o prejuízo apontado agora ao TCU.
Em 2000, o Ministério Público pediu a prisão preventiva de Cacciola com receio de que o ex-banqueiro deixasse o país. Ele ficou na cadeia 37 dias, mas fugiu no mesmo ano, após receber liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello — revogada em seguida. Pouco tempo depois de se descobrir o paradeiro do ex-banqueiro, o governo brasileiro teve o pedido negado pela Itália, que alegou o fato de ele ter a cidadania italiana.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão pelos crimes de peculato (utilizar-se do cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro) e gestão fraudulenta.
O então presidente do BC, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, pegou seis anos. Os dois entraram com recurso e respondem o processo em liberdade.
Também foram condenados na mesma sentença outros dirigentes do BC: Cláudio Mauch, Demosthenes Madureira de Pinho Neto, Luiz Augusto Bragança (cinco anos em regime semi-aberto), Luiz Antonio Gonçalves (dez anos) e Roberto José Steinfeld (dez anos). Os recursos estão em análise no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Fonte: Folha Online - 05/08/2015 e Endividado

 

 

Desemprego: Taxa é de 8,1% no trimestre

    A taxa de desemprego subiu nos últimos três meses até maio deste ano e chegou a 8,1%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE. Este é o maior índice verificado na série histórica iniciada em 2012.

Fonte: Correio do Povo, capa da edição da edição 10 de julho de 2015.

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