O advento
de investigações vultuosas, como é o caso da Operação Lava Jato,
trouxe para o cotidiano do país um série de debates e de discussões
envolvendo um estágio em que diversos delitos de malversação de
recursos públicos estão sendo apurados e julgados. Depois de um
período de regime autoritário que durou mais de duas décadas, o
que se vê hoje no país é um amadurecimento efetivo no
funcionamento das nossas instituições. Cada ente público tem plena
liberdade para cumprir seu papel de administrar, investigar,
denunciar, punir e executar as penas que foram impostas aos
condenados.
Entretanto,
essa normalidade no âmbito institucional nem sempre vem acompanhada
de um debate equilibrado sobre esses acontecimentos, notadamente nas
redes sociais, segmento em que as discussões estão frequentemente
acirradas e com os ânimos exaltados, com prejulgamentos e
inconformidades nem sempre expressas com serenidade.
Diante
de complexa realidade, com muitas variantes a serem considerada e
muitos fatos a serem apurados, nunca é demais lembrar que é preciso
esperar que todos os procedimentos legais sejam adotados para estão
se ter a medida exata da culpa ou da inocência de um acusado. A
imprensa está cumprindo o seu papel, subsidiando a sociedade com
informações e análises embasadas, mas convém que se apele também
o bom senso das pessoas. Não é de hoje que avaliações
precipitadas ou desconectadas da realidade causam tanto dano quanto o
mal que se quer coibir.
Fonte:
Correio do Povo, editorial da edição de 3 de julho de 2015, página
2.
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