A
expansão e a melhoria do atendimento médico no país é um projeto
que abrange inúmeros desafios. Para ser profunda e educadora, a
mudança deve acontecer nas bases da formação médica, garantindo o
aumento e a melhor distribuição da força de trabalho. O Ministério
da Saúde, junto com a Pasta da Educação, vem reunindo esforços
para aprimorar as políticas destinadas ao atendimento médico no
Sistema Único de Saúde.
Uma
dessas medidas é a mudança de paradigma no ensino médico. O SUS
tem como porta de entrada a Atenção Básica, onde cerca de 80% dos
problemas de saúde podem ser resolvidos sem o encaminhamento para
hospitais e clínicas especializadas. Por isso, é primordial
direcionar a formação médica para a Atenção Básica.
O
governo federal iniciou esse processo por meio do Mais Médicos, em
que uma das frentes é a implementação de mudanças no curso de
Medicina, seguindo diretrizes do Conselho Nacional de Educação para
avançar na formação com qualidade e perfil mais adequado às
necessidades da população. Uma delas é a exigência de que 30% do
internato da graduação – quando o estudante intensifica a prática
– ocorra as unidades básicas e serviços de emergência do SUS.
Também
precismos estimular as especialidades mais importantes para a saúde
pública. O médico de família não é visto como um especialista
“prestigioso” e isso precisa mudar para se construir uma Atenção
Básica resolutiva e humanizada e um SUS mais efetivo. O foco agora é
operacionalizar a determinação legal de que, até 2019, para cursar
residência médica na maioria das especialidades, será necessário
fazer de um a dois anos de residência em Medicina Geral de Família
e Comunidade, com a atuação na Atenção Básica.
Essas
mudanças vêm sendo acompanhadas por uma expansão contínua, mas
criteriosa, do ensino e exigem também a formação de docentes e
preceptores. Precisamos formar mais profissionais, sempre com
qualidade e foco em vazios assistenciais. Já foram autorizados 39
cursos de Medicina em cidades sem faculdades – outros 22 ainda
serão.
O
caminho é longo e os resultados virão com o tempo. No curto prazo,
estamos garantindo assistência para 63 milhões de brasileiros por
meio da atuação de 18,2 mil profissionais do Mais Médicos. Mas
apenas no longo prazo teremos uma verdadeira transformação no
atendimento. São projetos como este, no entanto, que trazem os mais
importantes fritos: políticas de Estado que buscam soluções
definitivas para os problemas da sociedade.
Ministro
da Saúde
Fonte:
Correio do Povo, edição de 27 de junho de 2015, página 2.
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