domingo, 12 de julho de 2015

Pressão chinesa faz dólar subir a R$ 3,228

Bolsa de Xangai cai 5,9% em clima de incerteza sobre rumos da economia

São Paulo – O dólar avançou ontem pela quarta sessão consecutiva e fechou acima de R$ 3,22 pela primeira vez mais de três meses e meio a preocupações com a desaceleração da economia chinesa, segunda maior do mundo (atrás dos Estados Unidos) e principal destino das exportações brasileiras. A moeda norte-americana avançou 1,41% para R$ 3,228 na venda. Este é o maior valor desde 27 de março, quando fechou em R$ 3,2405. Nas quatro últimas sessões, a divida acumulou alta de 4,45%.
O principal índice da Bovespa também fechou em baixa ontem, com agentes financeiros cautelosos quanto a eventuais efeitos de nova queda nos mercados acionários do gigante asiático, enquanto aguardam uma definição sobre a situação da endividada Grécia. O Ibovespa caiu 1,97% a 51.781 pontos. É o menor patamar em mais de três meses. A última vez que o índice encerrou com o nível mais baixo foi em 31 de março, a 51.150 pontos.
A forte correção nos mercados acionários da China pode ser indício de uma desaceleração mais ampla do gigante asiático, e quem deve sofrer com isso são aqueles países exportadores de commodities (produtos básicos), como o Brasil”, escreveu em nota a clientes o operador Jefferson Luiz Rugik, da corretora Correparti. Ontem, a Bolsa de Xangai fechou em baixa de 5,9%, em clima de pânico. A Bolsa de Shenzen teve queda de 2,5%. Na de Hong Kong a baixa foi de 5,84%.
As ações chinesas já perderam 3 trilhões de dólares em valor desde maio, depois de atingirem a maior valorização em sete anos. Até agora, a queda chega a 30%. Os dados da economia chinesa não têm sido muito positivos, e isso gera temor sobre a “saúde” do país. O PIB do 1º trimestre cresceu 7%, o pior ritmo em seis anos.
Os investidores questionam a solidez do novo caminho econômico de Pequim, de estímulo ao consumo interno em vez do foco em exportações. Não se sabe, no entanto, o que provocou a onda de venda de ações que acentuou a queda das cotações. Na China, diferentemente dos demais mercados, 80% dos investidores são pessoas físicas. Muitos são inexperientes e seguem rumores ao tomar decisões. Assim, o mercado vulnerável a reviravoltas repentinas.


Fonte: Correio do Povo, página 4 de 9 de julho de 2015.

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