Depois de meses de
negociações, Petrobras e QGI fecharam acordo ontem, confirmando a
construção da P-75 e da P-77
Angélica
Silveira
Após
meses de negociações, Petrobras e Consórcio Queiroz Galvão e Iesa
Óleo e Gás (QGI) chegaram a acordo ontem e foi confirmada a
construção das plataformas P-75 e P-77 em Rio Grande. O acerto
ocorreu em reunião na sede da estatal, no Rio de Janeiro. Mais de
200 metalúrgicos viajaram, em cinco ônibus, na última terça-feira,
para a capital fluminense visando pressionar para que houvesse uma
solução para o impasse que se arrastava desde 2013.
Na manhã
de ontem, os sindicalistas montaram acampamentos e colocaram faixas
de protesto em frente à sede da Petrobras. O grupo recebeu o paio
com equipamento de som do Sindipetro carioca e da Central Sindical
CSP/Conlutas. Eles fizeram grande festa após receber – em reunião
com o diretor de Engenharia da Petrobras, Roberto Moro, e o prefeito
de Rio Grande , Alexandre Lindenmeyer – a confirmação do acordo.
Durante o encontro, alguns sindicalistas se emocionaram ao relatar a
situação dos trabalhadores desempregados. Em fevereiro, a QGI parou
a construção das plataformas.
O valor
do aditivo nos contratos era o motivo do impasse. Os projetos tiveram
orçamento inicial de 1,6 bilhão de dólares. As duas obras devem
gerar mais de 4 mil empregos na cidade. O prefeito de Rio Grande
comemorou o acordo. Ele acredita que em até 40 dias deve haver a
retomada do estaleiro com a contratação de trabalhadores. “Estou
de alma lavada, pois o contrato chegou a um ponto para ser rompido, e
a mobilização que realizamos com entidades fez com que as
negociações fossem retomadas.” Ele conta que a disposição do
Sindicato Metalúrgicos o motivou a articular esta reunião. “esta
assinatura confirma que todo o movimento e mobilização, feito pelo
Executivo, pelos trabalhadores e pelas entidades envolvidas foram
decisivos na finalização deste processo”.
Conforme
o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande e São José
do Norte, Benito Gonçalves, tanto QGI quanto Petrobras cederam um
pouco para que chegassem a um acordo. “eu fiquei oito dias e oito
noites acorrentado no estaleiro QGI antes de vir ao Rio de Janeiro. É
uma felicidade sem tamanho ver o sorriso no rosto dos metalúrgicos
que estão junto com a gente. A maioria está desempregada, mas sabe
que no máximo em 60 dias deve estar trabalhando de novo”, projeta.
Ele não escondeu o entusiasmo e foi saudado pelos demais
trabalhadores. “Nossa vinda ao Rio de Janeiro foi extremamente
positiva. O Sindicato nunca desistiu da luta e o nosso prefeito foi
fundamental para que as plataformas ficassem em Rio Grande.”
Até a
noite de ontem, o prefeito e os sindicalistas esperavam a conclusão
da ata do acordo para retornarem a Rio Grande. O secretário do
Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco,
comemorou o acordo. “Essa iniciativa irá fortalecer a
competitividade do Polo Naval e as duas obras vão gerar mais de 4
mil empregos em Rio Grande, o que permitirá a recontratação dos
trabalhadores dispensados que trabalharam na construção das
plataformas P-63, P-55 e P-58.”
Fonte:
Correio do Povo, página 11 de 3 de julho de 2015.
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