domingo, 5 de julho de 2015

Petrobras faz corte de 37% em investimento

Gestão 2015-2019 prevê aplicação de US$ 130,3 bi menor nível desde 2008

Rio – A Petrobras vai Investir menos nos próximos anos. O Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 prevê 130,3 bilhões de dólares em investimentos – uma redução de 37% na comparação com o plano anterior, de 2014 a 2018, que previa 220,6 bilhões. É o menor nível desde 2008. A Petrobras destaca que seu plano de negócios para os próximos cinco anos tem o objetivo principal de reduzir o elevado nível de endividamento da companhia.
Para melhorar a situação das contas, além de reduzir investimentos, a empresa também pretende vender bens e outros ativos – é o chamado desinvestimento. O montante de venda previsto para este e o próximo ano soma 15,1 bilhões de dólares, ante a estimativa anterior de 13,7 bilhões. Do total, 30% serão em exploração e produção, 30% no abastencimento e 40% em gás e energia. Em 2017 e 2018 os desinvestimentos deverão somar 42,6 bilhões de dólares, incluindo uma reestruturação de negócios, desmobilização de ativos (venda de um bem, que poderá ser alugado em seguida) e desinvestimentos adicionais.
A maior parte dos investimentos – 108,6 bilhões de dólares – será feita na área de exploração e produção. Deste valor, 86% serão destinados ao desenvolvimento da produção e 3% em suporte operacional. Serão investidos 64,4 bilhões de dólares em novos sistemas de produção no Brasil – deste total, 91% no pré-sal. A área de Abastecimento, que foi um dos maiores focos de caso de corrupção revelados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, receberá apenas 12,8 bilhões de dólares, 10% do total. A Petrobras também reduziu a sua meta de produção para 2020. No Brasil, a estimativa de produção de óleo e gás foi revisada de 4,2 milhões de barris diários para 2,8 milhões de barris. Na produção total (país e exterior), o número baixou de 5,3 milhões para 3,7 milhões.
Em maio, a Petrobras informou que fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 5,330 bilhões, leve queda de 1% ante os três primeiros meses do ano passado. A divulgação ocorreu menos de um mês após a estatal ter divulgado o balanço do terceiro trimestre de 2014 e de todo o ano passado, auditado, com cinco meses de atraso. A companhia registrou em 2014 um prejuízo de R$ 21.587 bilhões, o primeiro resultado negativo desde 1991.


Fonte: Correio do Povo, página 5 de 30 de junho de 2015.

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