domingo, 5 de julho de 2015

Luz: o vermelho predomina

A conta de luz dos brasileiros tem apresentado a bandeira vermelha como recorrente desde o mês de janeiro deste ano e não se tem previsão de que esse acréscimo na tarifa possa mudar no próximo período. O que parece é que tanto a bandeira verde quanto a amarela não estão no horizonte dos consumidores. A primeira é aplicada quando as condições são favoráveis para geração de energia e a tarifa não sofre nenhum acréscimo. A amarela é destinada a condições de geração menos favoráveis, com a tarifa sofrendo acréscimo de R$ 2,50 para cada 100 quilowats-hora (kWh) de consumo. Com isso, fica a sensação de que houve uma manipulação da real situação da produção e distribuição de energia elétrica do pais, gerando para o cliente a expectativa de que ele poderia vir, num determinado cenário, a ser beneficiado. Contudo, desde que foram adotadas as tais bandeiras e retirados aportes de recursos públicos para geração de eletricidade, a verde, a favorável, ou a amarela, menos desfavorável, nunca ocorreram, o que configura uma real possibilidade de que o usuário possa estar fadado a pagar sempre mais caro sem usufruir nunca de um benefício.
Não se pode estabelecer ônus e bônus sem paridade entre eles. O que se vê hoje é que, por mais que haja economia por parte dos brasileiros, a conta da energia elétrica extrapola o orçamento familiar. Isso sem falar nas empresas, que também estão sentindo os efeitos desse encarecimento. Os eufemismos das bandeiras verde e amarela foram anulados pela bandeira vermelha.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 29 de junho de 2015, página 2.  

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