Manoel
Braga Gastal concorreu a vice-prefeito, em 1959 integrando a chapa de
Loureiro da Silva. Os dois foram eleitos, derrotando Vilson Vargas da
Silveira e Ephraim Pinheiro Cabral. Aos 88 anos, Gastal se orgulha de
passagem de cargo, depois de ter sido vereador, deputado estadual e
também vice-governador, já que o presidente da Assembleia
Legislativa, na década de 50, assumia interinamente o governo do
Estado.
Gastal
salientou, neste sábado, que o vice nunca teve papel definido,
servindo apenas como substituto. Acostumado com mandatos
legislativos, não quis servir apenas como auxiliar de Loureiro. A
pedido do prefeito, escolheu uma secretaria para atuar, optando pela
Fazenda. Do período em que esteve na prefeitura, enfatizou dois
momentos importantes: a criação do Departamento Municipal de Água
e Esgoto (Dmae) e o esforço para atingir o equilíbrio das finanças:
“Quando Tristão Sucupira Viana deixou o governo, a situação
estava tão ruim que não conseguiu pagar o funcionalismo municipal
nos últimos três meses de gestão. Quando eu e Loureiro assumimos a
perspectiva era difícil e só não desisti do cargo por lealdade”.
Como
secretário da Fazenda, Gastal criou fórmula para aumentar a
arrecadação: o calendário fiscal de cobrança do IPTU. Um dos
únicos impostos municipais da época, era pago em três períodos do
ano. “Desenvolvi sistema de recebimento nos 12 meses, por ordem
alfabética, muito parecido com a forma de cobrança do IPVA. Naquele
ano, foi novidade que possibilitou pagar os servidores”, afirmou.
Uma
viagem de Loureiro, em 1961, acabou possibilitando a criação do
Dmae por Gastal, que foi a Washington buscar financiamento com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento. Como a área de água e
esgoto era vinculada a uma secretaria, somente poderia fechar
contrato se houvesse departamento autônomo. Assim, ele próprio
redigiu o projeto de lei que criou o órgão e escolheu o nome,
utilizado até os dias de hoje.
Fonte:
Correio do Povo, página 2 de 8 de agosto de 2004.
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