A conhecida insuficiência do país em
recursos hídricos, que faz com que as usinas hidrelétricas
funcionem com menor intensidade, resultando na ativação das
termelétricas, não condiz com o conhecido desperdício de água que
já faz parte do cotidiano da população. De acordo com o presidente
do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, em audiência pública na
Comissão de Infraestrutura do Senado, o país joga o equivalente a 5
mil piscinas de esgoto em seus rios e desperdiça, a cada ano, um
volume de água que corresponde a seis sistemas Cantareira. Ele
aduziu esse descarte indevido de água tem um custo em torno de R$ 8
bilhões que não retornam aos cofres públicos, deixando de servir
como um novo aporte para o saneamento básico.
A campanha dos governos para a
economia de água precisa ter uma ressonância na sociedade, que deve
aderir para a preservação desse importante bem natural não
renovável. Todavia, igualmente, os entes federados devem fazer a sua
parte. Atualmente, legislações defasadas em todas as esferas dão
ênfase à prevenção de fraudes nos gastos dos usuários, mas não
há um esforço comum para um cabal esclarecimento sobre a real
importância de consumir com bom senso. Medidas paralelas, como o
reflorestamento e finalização de unidades de armazenamento, são
igualmente importantes para combater a falta de água no futuro. O
custo dos serviços poderia ser menor se houvesse uma racionalização
no ciclo que medeia entre a coleta e os locais de consumo.
Fonte: Correio do Povo, editorial da
edição 9 de julho de 2015, página 2.
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