sábado, 11 de julho de 2015

Falta de água e desperdício

A conhecida insuficiência do país em recursos hídricos, que faz com que as usinas hidrelétricas funcionem com menor intensidade, resultando na ativação das termelétricas, não condiz com o conhecido desperdício de água que já faz parte do cotidiano da população. De acordo com o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, o país joga o equivalente a 5 mil piscinas de esgoto em seus rios e desperdiça, a cada ano, um volume de água que corresponde a seis sistemas Cantareira. Ele aduziu esse descarte indevido de água tem um custo em torno de R$ 8 bilhões que não retornam aos cofres públicos, deixando de servir como um novo aporte para o saneamento básico.
A campanha dos governos para a economia de água precisa ter uma ressonância na sociedade, que deve aderir para a preservação desse importante bem natural não renovável. Todavia, igualmente, os entes federados devem fazer a sua parte. Atualmente, legislações defasadas em todas as esferas dão ênfase à prevenção de fraudes nos gastos dos usuários, mas não há um esforço comum para um cabal esclarecimento sobre a real importância de consumir com bom senso. Medidas paralelas, como o reflorestamento e finalização de unidades de armazenamento, são igualmente importantes para combater a falta de água no futuro. O custo dos serviços poderia ser menor se houvesse uma racionalização no ciclo que medeia entre a coleta e os locais de consumo.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição 9 de julho de 2015, página 2.

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