Anúncio histórico foi
feito ontem, após meses do início da reaproximação
Washington
– Estados Unidos e Cuba anunciaram ontem a restauração das
relações diplomáticas entre os dois países. Conforme o governo
americano, as respectivas embaixadas serão reabertas ainda neste
mês. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, é esperado para a
cerimônia, de hasteamento da bandeira americana em Havana. “Hoje
posso anunciar que os Estados Unidos acordaram formalmente o
restabelecimento de relações diplomáticas com a República de Cuba
e a reabertura de embaixadas em nossos respectivos países”, disse
Obama no Jardim Rosado da Casa Branca, com o vice-presidente, Joe
Biden, ao seu lado. Para o presidente, trata-se de “uma opção
entre o futuro e o passado”.
Em
Havana, o governo cubano informou que o chanceler Bruno Rodríguez
estará em Washington em 20 de julho para presidir a cerimônia de
reabertura da embaixada, no mesmo casarão de 1916 construído
especialmente para ser a reapresentação diplomática do país. O
governo cubano reforçou, contudo, que o fim das sanções
econômicas, das transmissões de rádio e TV e de programas
“subversivos” é necessário justamente com a restauração das
relações diplomáticas. Outro pedido de Cuba foi a devolução da
base militar de Gunatánamo, hoje sob controle americano.
Durante
o seu discurso, Obama reiterou seu apelo ao Congresso americano para
que coloque fim ao embargo em vigor sobre Cuba. “Americanos e
cubanos estão dispostos a avançar. Acredito que é o momento que o
Congresso faça o mesmo. Já convoquei o Congresso a levantar o
embargo” que impede os americanos de viajar ou fazer negócios em
Cuba, disse.
O
anúncio coroa seis meses de intensas negociações entre os dois
países, desde o histórico anúncio de 17 de dezembro de 2014 sobre
o início de uma reaproximação – que naquele momento era encarada
quase como impossível. Em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, saudou o anúncio e manifestou sua esperança de que a
“passagem beneficie os povos dos dois países”. Nas ruas de
Havana, cidadãos cubanos demonstravam esperança de que haja
efetivamente uma melhora nas relações entre os dois países e que o
processo tenha efeitos na vida cotidiana. “Isto é muito bom e vai
beneficiar todo mundo. Nos meus 77 anos, nunca pensei que Cuba e os
EUA poderiam entrar em acordo”, disse o cubano Juan Roberto
Fernández.
Fonte: Correio do Povo,
página 10 de 2 de julho de 2015.
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