Com
as mudanças permanentes que ocorreram na imagem da África não
estará distante o dia em que o Ocidente prestará reconhecimento às
contribuições prestadas pelos povos daquele continente à
civilização.
(José
Luiz Pereira da Costa)
A
notícia passou quase despercebida pelos meios de comunicação
brasileiros Cuba eliminou a transmissão do vírus da Aids de mãe
para filho. É complicado, mas descobridores desta façanha, se
houver justiça, devem receber todos os prêmios possíveis em nível
mundial. Vou tentar me explicar melhor. Aprendi com o grande escritor
Aley Cheuiche que complicado tem origem do latim cum plica,
isto é, com pregas, que precisam ser desfeitas de forma a
simplificar, deixar sim plicas. É o que eu vou tentar fazer.
A Organização Mundial de Saúde – OMS, oficialmente declarou que
o país cubano é o primeiro no mundo a eliminar a terrível
transmissão do vírus HIV da genitora ao filho. Como água mineral,
dou a fonte: diretora da Organização Pan-Americana de Saúde –
Opas – doutora médica Carissa F. Etiénne – Da Dominica. Segundo
ela, Havana comprova que o acesso universal aos cuidados médicos é,
sim, possível. E não uma utopia, afirmo eu. Pois basta vontade
política e investimento sério, principalmente na população pobre
historicamente ignorada em todos os seus problemas de saúde mais
agudos. Consta que, em épocas passadas, a forma de eliminar os
índios era deixar em seus caminhos roupas contaminadas para que as
usassem e assim... Parece que algumas doenças que atingem os mais
pobres não são combatidas com o mesmo propósito.
Dados
da OMS dão conta de que 1,4 milhão de mulheres com HIV ficam
grávidas por ano. O não tratamento antirretroviral provoca o risco
de 15% e 45% daquelas mulheres passarem aos filhos gerados o terrível
vírus. Mas aquela possibilidade cai praticamente a quase “zero”
se a genitora e o bebê efetivamente receberem o tratamento com
antirretrovirais. Ponto de ouro decorrente da luz. Como diz o poeta e
compositor Gelson Oliveira: “Aqui encerro, feliz com a notícia
desse avanço da medicina cubana”.
Advogado
e escritor
Fonte:
Correio do Povo, edição de 6 de julho de 2015, página 2.
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