No ano de 2015,
brasileiros já pagaram R$ 510,117 bilhões em tributos federais, o
pior saldo desde 2011
Brasília – A
economia enfraquecida bateu em cheio na arrecadação. Apesar da alta
promovida pelo governo federal em vários tributos no início do ano,
a arrecadação federal ainda não reagiu e registrou o pior
desempenho em cinco anos para meses de maio. Segundo números
divulgados ontem pela Secretaria da Receita Federal, o governo
arrecadou no mês passado R$ 91,5 bilhões com impostos e
contribuições federais, valor que representa uma queda real (acima
da inflação) de 4,03% ante a maio do ano passado. O montante veio
abaixo do esperado por analistas de mercado. No acumulado de 2015, a
sociedade brasileira já pagou R$ 510,117 bilhões em tributos
federais, o pior desempenho desde 2011, quando as receitas somaram R$
500,718 bilhões de janeiro a maio. O montante significa uma redução
de 2,95% sobre 2014.
No Rio Grande do Sul,
o total de receitas administradas pela Receita Federal em maio foi de
R$ 4,32 bilhões, uma queda nominal de 1,2% ante o mesmo mês de
2014. Ante abril, a redução foi de 20,1%.
A Arrecadação
federal se ressentiu em maio, e no acumulado deste ano, do baixo
nível de atividade econômica e, também, das desonerações de
tributos efetuadas nos últimos anos justamente para tentar estimular
o Produto Interno Bruto (PIB) e o nível de emprego. E essas
desonerações não foram totalmente revertidas. Segundo a Receita,
as reduções de tributos realizadas nos últimos anos tiveram
impacto de queda na arrecadação de R$ 47,13 bilhões nos cinco
primeiros meses de 2015. “Os números realmente são negativos”,
avaliou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da
Receita Federal, Claudemir Malaquias. Nos cinco primeiros meses do
ano, a produção industrial recuou 5,7%, as vendas de bens e
serviços caíram 5,15% e o valor em dólar das importações recuou
23,17%.
O fraco comportamento
da arrecadação dificulta o cumprimento da meta de superávit
primário (a economia para pagar os juros da dívida pública e
tentar manter sua trajetória de queda). Para 2015, a meta é que o
setor público tenha um superávit primário de 1,1% do PIB, ou R$
66,3 bilhões. Em declarações feitas nesta semana, Joaquim Levy,
não afastou totalmente a possibilidade de rever a meta nos próximos
meses.
Fonte: Correio do Povo,
página 6 de 26 de junho de 2015.
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