domingo, 5 de julho de 2015

Ditadura levou Pont a fazer militância

Político foi ouvido na Subcomissão Memória, Verdade e Justiça da AL

O ex-prefeito de Porto Alegre e ex-deputado estadual Raul Pont, 71 anos, foi ouvido ontem na Subcomissão Memória, Verdade e Justiça da Assembleia Legislativa (AL). No depoimento ele disse que ingressou no curso de História da Ufrgs, em 1964, quando aconteceu o golpe militar brasileiro, que durou 21 anos. Disse que a própria ditadura o colocou na militância estudantil e também outros acadêmicos que estavam inconformados com a cassação de professores e o fechamento da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Pont contou que era preso esporadicamente, e as detenções duravam de dois a três dias, como foi o seu caso no Congresso da UNE em Ibiúna, São Paulo, em 1968. Pont relatou que sofreu torturas físicas a partir de 1971, depois de ser preso pela Operação Bandeirantes (Oban), considerada pelo ex-deputado um braço clandestino e ilegal da repressão. “Éramos sequestrados sem identidade e sem direito à defesa. Este foi o pior período da repressão. A Oban foi um dos órgãos mais violentos da ditadura militar brasileira, acrescentou o ex-prefeito.
Pont afirmou que ficou em prisão preventiva até o seu julgamento que ocorreu em dezembro de 1972, na Justiça Militar do Rio Grande do Sul, quando foi liberado.
Depois de 35 minutos, depoimento do ex-prefeito foi interrompido devido à morte do seu sogro em Ijuí. Ele foi avisado por telefone pela esposa Liliane Froemming. O deputado estadual Pedro Ruas (Psol), relator da subcomissão, informou que Pont deverá ser ouvido novamente em 10 de julho. No dia 3, será a vez de Suzana Lisboa, viúva de Luiz Eurico Lisboa.


Fonte: Correio do Povo, página 12 de 27 de junho de 2015.

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