sábado, 11 de julho de 2015

Dilma chama Conselho para rebater ataques

Presidente orientou base a defender governo de ameaças de impeachment

Um dia depois da convenção do PSDB na qual líderes tucanos apostaram em novas eleições antes de 2018, Dilma orientou ministros, presidentes de partidos, deputados e senadores de base aliada a afastarem com vigor a articulação de adversários pelo impeachment, carimbando a iniciativa como “golpe”. Indignada com o movimento, Dilma chamou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada, à noite, com seu Conselho Político. Também convocou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para explicar aos aliados a manobra orçamentária conhecida como “pedalada fiscal”.
Além do PSDB do senador Aécio Neves (MG), reconduzido à presidência do partido, uma ala do PMDB flerta com a oposição e também prega o afastamento de Dilma, sob o argumento de que ela não tem mais condições políticas para governar. Há, porém, divisões em todos os partidos que defendem a interrupção do mandato de Dilma.
Setores do PMDB torcem para que o Tribunal de Contas da União rejeite as contas do governo em razão da “pedalada fiscal”. Nesse caso, mesmo se o desfecho no Congresso seja a aprovação do impeachment, o vice-presidente Michel Temer assumiria o cargo. Se, no entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatar o pedido feito pelo PSDB e considerar que houve abuso do poder econômico e político nas eleições, a chapa Dilma-Temer perde o mandato. “A presidente está tranquila”, afirmou o vice, que comanda o PMDB e é articulador político do Palácio do Planalto. Dilma embarca hoje para a Rússia, onde participará da VII Cúpula do Brics, grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


Fonte: Correio do Povo, página 3 de 7 de junho de 2015.

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