Presidente
orientou base a defender governo de ameaças de impeachment
Um
dia depois da convenção do PSDB na qual líderes tucanos apostaram
em novas eleições antes de 2018, Dilma orientou ministros,
presidentes de partidos, deputados e senadores de base aliada a
afastarem com vigor a articulação de adversários pelo impeachment,
carimbando a iniciativa como “golpe”. Indignada com o movimento,
Dilma chamou uma reunião de emergência no Palácio da Alvorada, à
noite, com seu Conselho Político. Também convocou os ministros
Nelson Barbosa (Planejamento) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral
da União) para explicar aos aliados a manobra orçamentária
conhecida como “pedalada fiscal”.
Além
do PSDB do senador Aécio Neves (MG), reconduzido à presidência do
partido, uma ala do PMDB flerta com a oposição e também prega o
afastamento de Dilma, sob o argumento de que ela não tem mais
condições políticas para governar. Há, porém, divisões em todos
os partidos que defendem a interrupção do mandato de Dilma.
Setores
do PMDB torcem para que o Tribunal de Contas da União rejeite as
contas do governo em razão da “pedalada fiscal”. Nesse caso,
mesmo se o desfecho no Congresso seja a aprovação do impeachment, o
vice-presidente Michel Temer assumiria o cargo. Se, no entanto, o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatar o pedido feito pelo PSDB e
considerar que houve abuso do poder econômico e político nas
eleições, a chapa Dilma-Temer perde o mandato. “A presidente está
tranquila”, afirmou o vice, que comanda o PMDB e é articulador
político do Palácio do Planalto. Dilma embarca hoje para a Rússia,
onde participará da VII Cúpula do Brics, grupo de países
emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul.
Fonte:
Correio do Povo, página 3 de 7 de junho de 2015.
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