País pode deixar
zona do euro se não pagar 1, 61 bi de euros ao FMI até amanhã
Atenas
– O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou ontem
feriado bancário e controle de capitais no país. A decisão, que
passa a valer a partir de hoje, foi tomada depois que os gregos
começaram a retirar seu dinheiro dos bancos neste fim de semana.
Tsipras não deu detalhes sobre o período em que os bancos
permanecerão fechados ou como serão as restrições ao movimento de
capitais. A Bolsa de Valores de Atenas também não vai operar hoje.
Calcula-se
que até 600 milhões de euros tenham sido sacados só no sábado,
quando longas filas se formaram na frente dos caixas. A corrida aos
bancos foi uma reação ao anúncio da realização de um referendo
no próximo domingo para a população opinar se aceita ou não as
propostas de austeridade exigidas pelos credores do país. Tsipras
culpou os parceiros europeus por forçar a Grécia a tomar essa
atitude. Ele disse que não vai voltar atrás em sua decisão de
realizar o referendo, que foi aprovado pelo parlamento do sábado por
180 votos a 120, com apoio de coalizão de esquerda Syriza, da qual o
primeiro-ministro faz parte, e também de partidos de extrema
direita, como o Alvorecer Dourado. A população teme que a Grécia
saia da zona do euro. Seria a primeira vez que um país deixa a moeda
comum europeia desde que foi criada, em 1999.
O país
passa por um impasse diante de dificuldades de acordo entre o governo
grego e os credores de sua dívida (União Europeia, Fundo Monetário
Internacional e Banco Central Europeu). Amanhã, a Grécia deve pagar
ao FMI 1,6 bilhão de euros – dinheiro que não tem em caixa. Para
fazer o pagamento, o país depende de ajuda financeira. Porém, 7,2
bilhões de euros em ajuda estão bloqueados, sob a condição de que
a Grécia promova reformas econômicas. Tsipras se opõe às
condições, que classifica de humilhantes e recessivas.
Após o
anúncio do referendo, os ministros da Economia da zona do euro
rejeitaram estender o programa de resgate financeiro da Grécia de
245 bilhões de euros (273 bilhões de dólares), que expira amanhã
junto com o vencimento da dívida com o FMI, até dia 5 de julho.
Fonte:
Correio do Povo, página 6 de 29 de junho de 2015.
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