Muito tem
se falado sobre a “crise do Rio Grande” e muitos não querem
reconhecer que o governo estadual sofre com isso. Em 44 anos, somente
sete governantes apresentaram receita superior à despesa. Não é
para menos. Para cada servidor ativo, 1,3 são aposentados, o que
torna a situação ainda mais difícil.
Enquanto
isso, oposicionistas torcem pelo fundo do poço, pregando o voto
contrário, para que o governo se enterre. Não há visão de
cidadania nem regime de colaboração com o seu estado para tirá-lo
do atoleiro de suas finanças públicas.
A nossa
crise não é única. Ela está nos diversos estados do país. Muita
corrupção, pouco salário para a maioria do povo brasileiro e tudo
é muito caro. Não há dúvida de que a presença da inflação, os
juros altos e os impostos exorbitantes afastam o país do
crescimento.
Planos
econômicos não nos faltam: Pacto pelo Rio Grande, RS 2015, Agenda
2020 são proposições advindas de muitas discussões para
identificar os gargalos que travam o Rio Grande. Os diagnósticos são
claros, porém as ações concretas carecem de iniciativas e de
propostas corajosas para o nosso estado supere sua crise e volte a
crescer.
Assim, a
união da sociedade civil, do setor privado, da academia e do setor
público deve ser uma parceria autêntica e obrigatória. Ignorar a
crise é tolice e fazer dela uma guerra política é burrice. A falta
de dinheiro para os investimentos na economia do Rio Grande não deve
ser do setor público e sim do setor privado. A busca de investidores
internacionais, com o mesmo regramento dos países europeus, ou as
parcerias público-privadas também são fundamentais. No entanto, só
haverá investimentos no país se ocorrer a estabilização da moeda,
as taxas cambiais alinharem-se e existir uma segurança pública
coletiva.
Inspiração
não nos falta, mas o que se precisa neste momento é transpiração.
Acredito na fala do governador Sartori, o qual prega “que ninguém
seja dono de nada e que as ações sejam coletivas, que haja mais
agilidade nas ações e resultados e que o pouco que se pode fazer
seja bem-feito e eficiente”.
Presidente
da Cientec
Fonte:
Correio do Povo, edição de 25 de junho de 2015, página 2.
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