Na fronteira com a Turquia, eles tentam fugir da guerra, da fome e da falta de emprego – mas esbarram na falta de solidariedade
Beirute – Milhares de sírios estavam bloqueados ontem na fronteira turca, após fugirem dos combates entre os jihadistas e as forças curdas – que se preparam para retomar o controle da cidade estratégica de Tall Abyad. Em menos de quatro dias, as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), apoiadas por facções rebeldes sírias e por ataques aéreos da coalizão internacional antijihadista, chegaram a menos de 5 km de Tall Abyad, localidade que o Estado Islâmico (EI) utiliza para a passagem de seus combatentes. A cidade está localizada na província de Raqa, reduto do grupo extremista sunita na Síria.
Milhares de habitantes desta cidade, curda e árabe, fugiram dos combates, na expectativa de encontrar refúgio na Turquia. Mas na manhã deste domingo eles continuavam a esperar, uma vez que o Exército turco não tem permitido a entrada – chegando a utilizar canhões d'água para afastar as pessoas.
O vice-ministro turco, Numan Kurtulmus, havia anunciado na quarta-feira que, diante do novo afluxo de refugiados, seu país fecharia localmente a fronteira, “a menos em caso de tragédia humana”. Segundo o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, 15 mil refugiados entraram na Turquia na semana passada antes do fechamento das fronteiras. O porta-voz das YPG, Redur Xelil, pediu aos civis que não fujam para a fronteira turca, mas para as cidades no interior da Síria.
A coalizão liderada pelos Estados Unidos realiza há 10 meses ataques contra posições do EI, mas sem ameaçar realmente destruir os jihadistas.
Fonte: Correio do Povo, página 8 de 15 de junho de 2015.
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