PROGRAMAS DO GOVERNO BRASILEIRO EM PERIGO
Bolsa Família número de beneficiários do programa cai mês após mês
Bolsa Família tem menor número de beneficiários dos últimos dois anos.
Diante do agravamento da crise econômica - que já se reflete no consumo e no emprego - ainda não há sinais de que mais brasileiros tenham recorrido ao Bolsa Família.
Levantamento feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Social mostra que o número de beneficiários do programa cai mês após mês em 2015.
Contrariando o discurso do governo de ampliação do programa, essa trajetória de queda, mesmo que discreta, já havia sido observada na passagem de 2013 para 2014.
Agora, ela parece ter se consolidado: com exceção de fevereiro, os meses de janeiro, março, abril e maio registraram recuos referentes aos meses respectivamente anteriores.
Especialistas avaliam que essa tendência mostra uma espécie de esgotamento do programa sob duas óticas.
A primeira diz respeito ao fato de o Bolsa Família ter alcançado o máximo de abrangência possível no país.
A segunda se refere à falta de recursos disponíveis para investir em ano de ajuste fiscal.
"O programa pode estar chegando ao seu nível de exaustão.
Mas, por mais que esteja diminuindo, 13 milhões ainda é um número significativo.
Se você considerar que cada família tenha de 3 a 4 pessoas, quase 25% de toda a população depende do programa.
Dentro desse cenário de ajuste, o governo está desencadeando uma série de ações para conter o vazamento de recursos do Tesouro.
Podemos fazer um paralelo com o que está ocorrendo no Fies e no Pronatec", avaliou o professor de Economia da Universidade de Brasília (UNB) José Matias-Pereira.
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Apesar disso, a presidente Dilma Rousseff (PT) já deixou claro que o programa não será afetado pelo contingenciamento de gastos promovido pelo governo para reequilibrar as contas públicas.
Pereira, no entanto, vê um descompasso entre o discurso oficial e a realidade. "A retórica é de defesa desses programas.
Mas, quando se entra numa situação de exaustão dos recursos públicos, é preciso tomar medidas em todas as áreas",diz.
Atrasos de repasses.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo apontou, na última segunda-feira, que diversos pagamentos referentes a programas de acompanhamento do Bolsa Família estão atrasados.
São reflexos do contingenciamento que o governo prefere manter à sombra.
Apesar da queda no número de cadastrados, a avaliação de especialistas é de que, diante do quadro de recessão da economia brasileira, há a possibilidade de o número de beneficiários crescer nos próximos meses.
Com o aumento do desemprego, mais brasileiros podem voltar para a extrema pobreza.
(VEJA.com/VEJA)
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