Os gregos, que
inventaram a democracia, também desenvolveram mecanismos para
protegê-la dos tiranos e demagogos. Por prevenção aos primeiros,
instituíram o “ostracismo”.
Todo ano, a Assembleia
– Ecclesia – se reunia e recebia a tarefa de elaborar uma lista
com os nomes daqueles que poderiam vir a ameaçar a democracia com a
sombra da tirania. Passados dois meses cada cidadão apresentava sua
lista e quem recebesse mais de 6 mil votos – gravados numa ostra –
era afastado da pólis por dez longos anos.
Contra os demagogos,
os atenienses foram outra vez engenhosos. Calejados contra decisões
desastrosas, arrancadas da Ecclesia na base da eloquência e das
promessas que muitas vezes violavam as leis em nome do poder soberano
do ovo, decidiram que eram responsáveis pelas decisões não só os
demagogos, mas igualmente aqueles que os seguiam através dos votos,
que passaram a ser colhidos de casa em casa.
Com essas
providências, imaginaram os atenienses, a democracia passaria a ser
o regime da “moderação”.
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