Por Lia Nasser
(lnasser@ig.com)
O clima está
esquentando, parece que a coisa vai rolar, mas ôpa, cadê a
camisinha? Não é só com a AIDS e com a gravidez que a gente deve
se preocupar em prevenir quando transamos. As doenças sexualmente
transmissíveis, como o papilomavírus humano (HPV), herpes genital,
além de serem extremamente incômodas, podem se transformar em um
baita problemão.
De acordo com o INCA
(Instituto Nacional do Câncer), estudos recentes mostram que o HPV,
um vírus que podemos pegar principalmente ao transar com um parceiro
contaminado e com lesão no pênis, é o responsável por 99% dos
casos de câncer do colo do útero. Outro dado importante é que
estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer
apontam que 25% da população feminina no Brasil tem HPV, “Com
destaque para os jovens” coloca o site do Hospital do Câncer. Os
jovens representam o grupo com o maior número de infectados.
Isso acontece pois é
na adolescência que as pessoas têm maior número de relações e
mudam com mais frequência de parceiro e nem sempre usam
preservativo.
Peculiaridades:
importante saber
Assim como o herpes, o
vírus HPV só se manifesta se a pessoa estiver com imunidade fraca,
com resistência baixa. Existem muitas pessoas que têm um dos vírus
HPV, mas não desenvolvem as lesões, tipo verrugas ou até mesmo
câncer de colo de útero.
A ginecologista Mônica
Andrade explica que o vírus se manifesta quando a pessoa que hospeda
está com baixa imunidade. Isso significa que uma pessoa pode ficar
vários anos hospedando o vírus mas não manifestar as lesões.
Sentiu o perigo?
Saiba como
identificá-lo
Este vírus atua
dentro das células modificando-as e fazendo com que se multipliquem
de forma desordenada. Ou seja, bagunça tudo dentro das células. As
consequências são bastante desagradáveis – e perigosas.
Os sintomas são:
verrugas genitais visíveis e perceptíveis pelo tato, pode causa
ardor, vermelhidão e coceira na região genital. As lesões que são
causadas no colo do útero não são visíveis. Daí a importância
do exame ginecológico periódico.
No caso da doença se
agravar, sangramentos e dor podem aparecer. Milhares de mulheres
morrem por ano no Brasil por causa do câncer de colo de útero
causado por alguns tipos de HPV (existem mais de setenta subtipos
diferentes do vírus). Segundo o INCA, aproximadamente 3% das
mulheres infectadas pelo HPV vêm a ter câncer.
Prevenindo
Camisinha na cabeça!
Mesmo que você confie no seu parceiro, ele pode ter o vírus a
bastante tempo e apresentar lesões no pênis “invisíveis” a
olho nu, e por isso não precisa necessariamente te trair para te
contaminar. Por isso é tão importante usar a camisinha mesmo que a
pessoa te mostre o exame de AIDS negativo e que você não esteja em
período fértil.
Com exames periódicos
(do casal) é possível diagnosticar cedo qualquer lesão e controlar
a infecção. Os exames importantes são: o famoso papanicolau, a
vulvoscopia e a colposcopia. O exame que o parceiro deve fazer é a
penioscopia (exame minucioso do pênis) e ele deve ser feito
principalmente se o papanicolau estiver alterado. O tratamento deve
ser feito em conjunto, ao mesmo tempo pelo ginecologista e urologista
(para realizar o exame do pênis).
Procure o
ginecologista pelo menos uma vez por ano. Segundo dados da Sociedade
Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia,
somente 15% das mulheres no Brasil fazem regularmente os exames.
“A contaminação
acontece a dois”
Esta é uma frase da
psicóloga Vera Zaccari, do Instituto Paulista de Sexualidade,
segundo ela não existe culpado nos casos de contaminação de HPV,
“cada um é responsável pelo seu corpo” diz ela. Não precisa
ter preconceito da doença nem se sentir mal por isso.
O HPV não é uma
doença só de gente promíscua e ter esse vírus não significa que
a pessoa deve ter vergonha. Procurar ajuda e tentar aprender é o
melhor caminho pra não acabar em uma enrascada. “Procure se
conhecer, se toque, se olhe, fique atenta para seu corpo e conectada
a ele”, diz a psicóloga. Todos estão sujeitos a pegar a doença e
só você pode se proteger.
Fontes:
Mônica Andrade,
ginecologista
Vera Zaccari, psicóloga
do Instituto Paulista de Sexualidade
Sites:
Centro de Tratamento e
Pesquisa
Hospital do Câncer –
AC Camargo
Instituto Ludwig de
Pesquisa sobre o Câncer
Grupo de Virologia:
Instituto Nacional do
Câncer
Sociedade Brasileira de
Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia
Ministério da Saúde
Agência de Notícias
dos Direitos da Infância
iGirl
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