domingo, 7 de junho de 2015

O vírus HPV

Por Lia Nasser (lnasser@ig.com)

O clima está esquentando, parece que a coisa vai rolar, mas ôpa, cadê a camisinha? Não é só com a AIDS e com a gravidez que a gente deve se preocupar em prevenir quando transamos. As doenças sexualmente transmissíveis, como o papilomavírus humano (HPV), herpes genital, além de serem extremamente incômodas, podem se transformar em um baita problemão.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), estudos recentes mostram que o HPV, um vírus que podemos pegar principalmente ao transar com um parceiro contaminado e com lesão no pênis, é o responsável por 99% dos casos de câncer do colo do útero. Outro dado importante é que estudos realizados no Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer apontam que 25% da população feminina no Brasil tem HPV, “Com destaque para os jovens” coloca o site do Hospital do Câncer. Os jovens representam o grupo com o maior número de infectados.
Isso acontece pois é na adolescência que as pessoas têm maior número de relações e mudam com mais frequência de parceiro e nem sempre usam preservativo.

Peculiaridades: importante saber

Assim como o herpes, o vírus HPV só se manifesta se a pessoa estiver com imunidade fraca, com resistência baixa. Existem muitas pessoas que têm um dos vírus HPV, mas não desenvolvem as lesões, tipo verrugas ou até mesmo câncer de colo de útero.
A ginecologista Mônica Andrade explica que o vírus se manifesta quando a pessoa que hospeda está com baixa imunidade. Isso significa que uma pessoa pode ficar vários anos hospedando o vírus mas não manifestar as lesões. Sentiu o perigo?

Saiba como identificá-lo

Este vírus atua dentro das células modificando-as e fazendo com que se multipliquem de forma desordenada. Ou seja, bagunça tudo dentro das células. As consequências são bastante desagradáveis – e perigosas.
Os sintomas são: verrugas genitais visíveis e perceptíveis pelo tato, pode causa ardor, vermelhidão e coceira na região genital. As lesões que são causadas no colo do útero não são visíveis. Daí a importância do exame ginecológico periódico.
No caso da doença se agravar, sangramentos e dor podem aparecer. Milhares de mulheres morrem por ano no Brasil por causa do câncer de colo de útero causado por alguns tipos de HPV (existem mais de setenta subtipos diferentes do vírus). Segundo o INCA, aproximadamente 3% das mulheres infectadas pelo HPV vêm a ter câncer.

Prevenindo

Camisinha na cabeça! Mesmo que você confie no seu parceiro, ele pode ter o vírus a bastante tempo e apresentar lesões no pênis “invisíveis” a olho nu, e por isso não precisa necessariamente te trair para te contaminar. Por isso é tão importante usar a camisinha mesmo que a pessoa te mostre o exame de AIDS negativo e que você não esteja em período fértil.
Com exames periódicos (do casal) é possível diagnosticar cedo qualquer lesão e controlar a infecção. Os exames importantes são: o famoso papanicolau, a vulvoscopia e a colposcopia. O exame que o parceiro deve fazer é a penioscopia (exame minucioso do pênis) e ele deve ser feito principalmente se o papanicolau estiver alterado. O tratamento deve ser feito em conjunto, ao mesmo tempo pelo ginecologista e urologista (para realizar o exame do pênis).
Procure o ginecologista pelo menos uma vez por ano. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, somente 15% das mulheres no Brasil fazem regularmente os exames.

A contaminação acontece a dois”

Esta é uma frase da psicóloga Vera Zaccari, do Instituto Paulista de Sexualidade, segundo ela não existe culpado nos casos de contaminação de HPV, “cada um é responsável pelo seu corpo” diz ela. Não precisa ter preconceito da doença nem se sentir mal por isso.
O HPV não é uma doença só de gente promíscua e ter esse vírus não significa que a pessoa deve ter vergonha. Procurar ajuda e tentar aprender é o melhor caminho pra não acabar em uma enrascada. “Procure se conhecer, se toque, se olhe, fique atenta para seu corpo e conectada a ele”, diz a psicóloga. Todos estão sujeitos a pegar a doença e só você pode se proteger.

Fontes:
Mônica Andrade, ginecologista
Vera Zaccari, psicóloga do Instituto Paulista de Sexualidade

Sites:
Centro de Tratamento e Pesquisa
Hospital do Câncer – AC Camargo
Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer
Grupo de Virologia:

Instituto Nacional do Câncer

Sociedade Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia

Ministério da Saúde

Agência de Notícias dos Direitos da Infância


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