As
prefeituras têm por hábito modificar as estruturas viárias para
alterar o trânsito nas cidades, geralmente, com inversões de mão,
criação de binários, mudanças nos locais de estacionamento, entre
outras ações. Tudo visando, no entender dos administradores, a
melhorar a vida dos cidadãos.
É comum
vermos mudanças a cada quatro anos, quando trocam as administrações
municipais, como solução do trânsito, cada vez mais caótico, das
cidades, porém criam, em muitos caos, mais transtornos à população.
Um
aspecto a ser considerado é a falta de consulta aos usuários das
vias, moradores e comerciantes, os quais conhecem o funcionamento de
seus bairros com muito mais precisão do que burocratas em seus
gabinetes.
Cabe
ainda frisar a confusão das placas indicativas que contêm
informações equivocadas confundindo os motoristas que chegam aos
municípios, sem falar na falta de placas com os nomes das ruas, um
antigo problema de nossas cidades, às vezes por causa de
burocracias, alegada falta de dinheiro e mesmo desinteresse das
autoridades.
As
ciclovias são um capítulo à parte, com grandes investimentos com
retorno para grupos específicos, enquanto vias, faixas e placas não
têm tantos investimentos e recursos disponibilizados. Aos pedestres
restam calçadas com muitas imperfeições, pois o piso desses
pavimentos, na maioria das cidades, é responsabilidade dos
moradores, os quais, quando não arrumam, não são fiscalizados, por
falta de legislação ou estrutura para esta finalidade.
Resumindo:
todos os investimentos na área de trânsito são aplicados ao bel
prazer das administrações municipais, sem consulta popular, sendo
importante salientar que trânsito se faz com educação de todos,
respeito ao espaço do outro, numa convivência civilizada. Não
adiantará termos um sistema viário perfeito se as pessoas não
souberem conviver em harmonia, com preocupação com o coletivo e não
com o individual.
Tenente-coronel
da BM, jornalista e escritor
Fonte:
Correio do Povo, edição de 22 de junho de 2015, página 2.
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