sábado, 6 de junho de 2015

Napoleão e a Campanha da Itália

O ano de 1796 foi aquele em que a carreira militar de Napoleão Bonaparte, então um jovem general republicano, decolou. Nomeado comandante dos exércitos franceses que acampavam na fronteira da Itália e inspirando-se em Aníbal, atacou de uma maneira fulminante as províncias italianas do império austríaco, as quais conquistou una sensacional operação relâmpago.

Um Mês e Tanto

“... não se pode mais amar um outro general depois de ter visto Napoleão agir”. Stendhal – Napoleão

O mês de março de 1796 foi um mês prodigioso para o jovem general Napoleão Bonaparte. No dia dois – após ter salvo o regime do Diretório com as canhonadas do Vindimário (seis de outubro de 1795), quando esmagou um levante monarquista – , recebera formalmente como compensação pelos serviços prestados a nomeação para assumir o exército da Itália. Uns dias depois, antes de desabalar-se para ir à guerra, esposou Josefina, a viúva Beauharnais, e, na metade do mês, estava em Nice, sede do QG do comando.

A Espera de um Comando

A França estava em pé de guerra há sete anos. A princípio contra sua própria nobreza, a quem exilou ou guilhotinou, depois lançou-se contra todo o feudalismo europeu, liderando a célebre guerra das choupanas contra os palácios. As convocações em massa feita na época da ditadura jacobina, entre 1793-4, haviam dotado a nação de meio milhão de homens em armas. Faltava ainda àquela multidão fardada o cérebro, a liderança, a espada que lhes indicasse o rumo a seguir. Alguém que transferisse a energia revolucionária, despertada pelos acontecimentos de 1789, na volúpia de uma guerra de conquista.

Um Exército de Pés-rapados

O velho exército real francês se desfizera. Centenas de oficiais experientes, devido a suas origens sociais e sua identificação com o Antigo Regime, haviam emigrado. Muitos deles colocando-se abertamente a serviços de monarcas que se mobilizavam contra a França. A república revolucionária tratou então de promover, no lugar deles, a gente comum, vindas das fileiras e daquilo que Balzac chamou de “a borra social”. Os companheiros de armas de Napoleão eram um ex-sargento, um ex-barbeiro e alguns oficiais subalternos. Ele mesmo era um joão-ninguém nativo da ilha da Córsega. Um dos seus ditos favoritos era assegurar que no regime dele “cada soldado francês trazia na mochila o bastão do marechalato!” Na França revolucionária, o exército, logo depois da política tornou-se uma “carreira aberta a todos os talentos”.


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