Grande aumento de desabrigados preocupação
Genebra – O impressionante aumento no número de refugiados ao redor do mundo pode levar o planeta a uma crise humanitária sem precedentes, informou o chefe do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), Antonio Guterres. Segundo o relatório divulgado pela agência da ONU, o numero de pessoas desabrigadas em consequência de guerras, conflitos e perseguições passou de 51,2 milhões em 2013 para 59,5 milhões no ano passado. Há dez anos, o número era de 37,5 milhões. “estamos testemunhando o início de uma era na qual a escala dos deslocamentos forçados globais e a resposta necessária para conter o problema são claramente muito maiores do que em qualquer situação já vista”, afirmou Guterres. “Não temos estrutura e recursos para responder a um aumento tão dramático da crise humanitária”, alertou.
Outro relatório, divulgado pela ONG Human Rights Watch (HRW), apontou a violação dos direitos humanos como o principal fator para o aumento do número de imigrantes que recorrem a contrabandistas e tentam cruzar o Mediterrâneo. De acordo com a ONG, nos primeiros cinco meses deste ano, 93 mil imigrantes e requerentes de asilo chegaram à Europa desta forma, e 60% deles vieram de países marcados por conflitos e governos repressores como Síria, Eritreia, Afeganistão e Somália. “Na Síria, há um conflito generalizado, incluindo rebeldes e extremistas do Estado Islâmico. O medo do cruzamento forçado também é sentido pelos imigrantes que vêm da Somália e do Afeganistão e fogem do al-Shabaab e do Talibã”, afirmou a pesquisadora da HRW Judith Sunderland, autora do relatório. “Na Eritreia, a situação é diferente. Não é um país em guerra, mas tem um dos governos mais repressivos da África.”
Em 2014, uma média de 42,5 mil pessoas por dia se tornaram refugiadas, requerentes de asilo ou foram obrigadas a se deslocar em seu país devido a conflitos. Os dois relatórios também apontam para outro fator preocupante nas migrações: de acordo com o Acnur, mais da metade dos refugiados do mundo são crianças, e segundo a HRW, em 2014, mais de 10 mil menores viajaram sozinhos à Itália pelo mar.
Fonte: Correio do Povo, página 7 de 28 de junho de 2015.
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