sábado, 6 de junho de 2015

Mormo ainda está sem origem identificada

Foco detectado é o primeiro no Estado de doença que vem crescendo no país

A Secretaria da Agricultura (Seapa) ainda não identificou a origem do foco de mormo no Estado. A dificuldade se dá porque a propriedade, em Rolante, onde estavam os dois cavalos contaminados – um foi abatido esta semana após exame positivo e outro morreu há mais de um mês com sinais clínicos sugestivos para a doença – não movimenta documentação há mais de um ano.

“Tudo indica que algum cavalo desta propriedade participou de competição em outro estado”, disse o veterinário Gustavo Diehl, responsável pelo Programa de Sanidade dos Equinos da Seapa. Outros 38 cavalos da cabanha, que cria animais de raça Crioulo e também sem raça definida, estão passando por exames. A propriedade está interditada há um mês.

Este é o primeiro caso da enfermidade infecto contagiosa registrado no Rio Grande do Sul. Números do Ministério da Agricultura (Mapa) mostram que a doença vem se alastrando em todo o país. De janeiro a abril deste ano, foram registrados 154 casos em doze estados. O número é próximo do total de ocorrências notificadas em 2014 – 202 em 16 estados. “Precisamos intensificar as medidas de controle, fazendo o exame e a emissão da Guia de Trânsito Animal”, reforça Diehl.

O período de incubação do mormo varia de algumas semanas a seis meses. “A situação é séria, pois a Secretaria de Agricultura não tem informações sobre a origem dos cavalos”, avalia o veterinário Henrique Noronha da Comissão de Assuntos Equestres do Conselho de Veterinária. Em apenas três dias, de quarta a sexta-feira, ele fez teste para mormo e mais de cem cavalos. Noronha atribui o foco da doença no Estado à falta de fiscalização, principalmente na fronteira com o Uruguai, e à falta de conhecimento dos criadores, que “ainda não sabem da importância destes exames”.

O decreto 50.072/2013, com medidas de defesa sanitária animal para o Estado, prevê multa de cem UPFs, acrescida de três UPFs por animal, para criadores que transitarem com equídeos sem a documentação de trânsito animal e zoossanitária. Com a confirmação do mormo no Rio Grande do Sul, o exame pra a doença passa a ser exigido para a emissão da GTA. P custo do teste é R$ 150 a 200 por animal, incluindo despesas veterinárias.

Fonte: Correio do Povo, página 6 de 6 de junho de 2015.

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