terça-feira, 16 de junho de 2015

Menor e mais fragilizado do que antes por Taline Oppitz

O PT começa a semana em situação ainda mais fragilizada politicamente com o desfecho de seu 5° Congresso Nacional, que aconteceu em Salvador ao longo de três dias. Na prática, o partido saiu menor do que entrou. A opção de ala majoritária, representada pela Construindo um Novo Brasil, foi a de segurar resoluções mais fortes – contra a condução da área econômica, o ajuste fiscal, e a aliança com o PMDB, por exemplo –, para não desgastar ainda mais o Planalto e meio a um já delicado cenário. Ao decidir poupar o governo, no entanto, o PT assumiu parcela pessoal de responsabilidade e de desgaste, e colocou o próprio discurso em xeque. Ao flexibilizar as críticas em relação a temas e cobranças prioritários partidariamente: o PT evidenciou que o Planalto está cada vez mais refém do PMDB, aliado considerado essencial e ao mesmo tempo um dos principais adversários no Congresso Nacional. Mais preocupante do que a relação com o PMDB, no entanto, foi o fato de o PT, com o resultado, ter ainda desestimulado a militância, que esperava posturas mais críticas, e se afastado ainda mais das tradicionais bases do partido. Entre elas, centrais sindicais e CUT – que esperam aval às críticas ao ajuste fiscal, que atinge direitos dos trabalhadores – e que, a partir de agora, ficarão ainda mais constrangidas para fazer a defesa do governo.

Fonte: Correio do Povo, página 3 de 16 de junho de 2015.

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