Pagamento de 43 milhões
de dólares é parte de um acordo para encerrar as investigações na
Suíça
Genebra – O
HSBC pagará 40 milhões de francos suíços, cerca de R$ 43 milhões
de dólares ou R$ 134 milhões, como parte de um acordo para encerrar
a investigação do Ministério Público de Genebra sobre lavagem de
dinheiro na filial suíça do grupo britânico. O escândalo ficou
conhecido mundialmente como Swissleaks. Essa é a maior multa já
imposta por autoridades de Genebra, segundo o promotor- chefe local,
Olivier Jornot.
Os promotores do MP
suíço estavam investigando o HSBC e funcionários suspeitos de
auxiliar clientes a esconder bilhões de dólares no país europeu
entre 2006 e 2007. Policiais fizeram uma operação de busca e
apreensão na sede do banco e em diversos escritórios da instituição
em Genebra para apurar as suspeitas.
Os dados do Swissleaks
foram vazados por um funcionário do HSBC, o ex-técnico de
informática Hervé Falcian, e analisados por um grupo de jornalistas
chamado Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos
(ICIJ). Falciani é acusado pelas autoridades suíças de roubo de
dados. Atualmente, ele mora em Paris, e usa disfarces para evitar uma
extradição.
Em fevereiro o
consórcio começou a divulgar informações. De acordo com o jornal
francês Le Monde, cerca de 180,6 milhões de euros (R$ 600 milhões)
pertencentes a mais de 100 mil clientes e 20 mil pessoas jurídicas
transitaram entre novembro de 2006 e março de 2007 por contas
bancárias na Suíça, escondidos atrás de sociedades offshore.
A França compartilhou a lista com investigações abertas em outros
países, como o Brasil. Mais de 6 mil contas no valor de R$ 20
bilhões têm relação com clientes brasileiros, entre eles
ex-funcionários da Petrobras. A Receita Federal e a Polícia Federal
(PF) estão apurando essas operações. No final de março, a Receita
Federal recebeu 8.732 arquivos eletrônicos do HSBC, que são
investigados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Espanha e Bélgica também abriram investigações.
Em uma declaração
emitida pelo banco HSBC indicou que concordou em pagar a compensação
por não ter conseguido evitar crimes financeiros no passado. No
texto, o banco acrescenta que a investigação da promotoria
identificou que nem o banco e nem os seus empregados são suspeitos
de cometer crimes atualmente.
Fonte: Correio do Povo,
página 5 de 5 de junho de 2015.
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