segunda-feira, 8 de junho de 2015

Grécia sob o risco e sair da zona do euro

Comissão Europeia exige medidas mais austeras para socorrer com 7 bilhões de euros

Garmisch-Partenkirchen – Em um sinal de que as relações entre Atenas e seus credores internacionais podem estar à beira da ruptura, o presidente da Comissão Europeia (órgão gestor do bloco europeu), Jean-Claude Juncker, disse ontem que o premiê grego, Alexis Tsipras, fracassou em entregar as reformas econômicas que prometera não só à comissão, mas também ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Central Europeu (BCE).

Na cidade alemã de Garmisch-Patenkirchen, onde participa da cúpula do G-7 (sete economias mais ricas do mundo), Juncker disse que Tsipras “deve oferecer alternativas rapidamente” para que as negociações possam continuar. Na sexta-feira, Tsipras classificou como “absurdas” as reformas propostas pela chamada troika.

O clima tenso parece se agravado ainda mais. Analistas acreditam que aumentou substancialmente o risco de a Grécia entrar em default (calote) e sair da zona do euro. A Comissão Europeia insiste que Atenas aumente a tributação e corte de salários do funcionalismo público e pensões antes de receber um socorro de 7,2 bilhões de euros (R$ 26 bilhões). A Grécia, comandada por um governo de esquerda, se opõe às medidas. No início da semana, sem recursos, o governo grego já havia pedido o adiamento do pagamento da parcela de 300 milhões de euros ao FMI, parte da dívida de 1,6 bilhões de euros.

O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, pediu que a chanceler alemã, Angela Merkel, faça aos gregos um “discurso de esperança” para sinalizar que a Europa estaria pronta para terminar com as exigências por austeridade, similar ao discurso dado à Alemanha no final da II Guerra Mundial.

Em texto publicado em seu blog ontem, Varoufakis comparou a situação da Grécia com a da Alemanha no pós-guerra, quando em 1946 o ex-secretário de Estado americano James F. Byrnes viajou para Stuttgart para fazer um discurso histórico. O discurso marcou um avanço em relação à política de punição pelos países que derrotaram a Alemanha e deu aos alemães a perspectiva de crescimento e recuperação, lembrou Varoufakis.

Fonte: Correio do Povo, página 5 de 8 de junho de 2015.

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