sexta-feira, 19 de junho de 2015

Grécia mais perto do calote

Reunião agendada para segunda-feira, em Bruxelas, será decisiva. Dívidas vencem em 30 de junho

Luxemburgo – Os líderes da zona do euro tentarão chegar a um acordo sobre a Grécia em reunião convocada para segunda-feira, em Bruxelas, na Bélgica. Ontem, ministros das Finanças dos países do bloco deixaram o encontro frustrados com a falta de consenso.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que Atenas não havia apresentado reformas políticas e cortes orçamentários suficientes para garantir mais financiamento. “Essas medidas que não são populares não são fáceis de adotar. A questão é se o governo está preparado para tomá-las. E se não está, assume um grande risco para o futuro da Grécia.”

O ministro das Fianças grego, Yaniss Varoufakis, afirmou após o encontro que ainda havia tempo suficiente para fechar um bom acordo. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também pensa assim. Afirmou que ainda é possível um acordo. “Estou convencida de que onde existe vontade, existe um caminho”, disse a deputados alemães. “Um acordo continua sendo possível, desde que Atenas aplique de forma decidida as reformas estruturais prometidas”, assinalou.

Reagindo à indefinição da crise, que se aproxima de cinco meses de negociações, 6 mil gregos se manifestaram ontem pela permanência da Grécia na zona do euro. Eles se reuniram em Atenas, perto do Parlamento, em manifestação pacífica, pedindo que o país permaneça na União Europeia. A Polícia também bloqueou uma marcha de 200 anarquistas, que protestavam contra o capitalismo, o governo e os credores gregos.

A decisão sobre se a Grécia evitará um default (calote) e seguirá na zona do euro está nas mãos dos 19 líderes do bloco. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e os governos da região têm ajudado a Grécia com empréstimos emergenciais nos últimos cinco anos. Mas a dívida de 245 bilhões de euros (279 bilhões de dólares) vence no dia 30. No mesmo dia, o governo do premiê Alexis Tsipras deve pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI.

Fonte: Correio do Povo, página 7 de 19 de junho de 2015.

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