O Brasil
precisa construir mais de 64,3 mil bibliotecas em escolas públicas
até 2020, para cumprir a meta de universalizar esses espaços. A lei
12.244, de 24/5/2010, obriga todos os gestores a providenciarem
acervos de, no mínimo, um livro para cada aluno matriculado, na rede
pública ou privada.
Atualmente,
53% das 120,5 mil escolas públicas do país não têm bibliotecas ou
sala de leitura. A pesquisa do portal Qedu, da Fundação Lemann,
revela, com base no Censo Escolar 2014, que seria necessário
levantar e equipar mais de 1 mil bibliotecas por mês para cumprir a
lei.
O
coordenador de projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins Faria,
acredita que é pouco viável, do ponto de vista factível e
orçamentário, a universalização das bibliotecas no prazo
estipulado em lei. Assim, ele destaca de “devemos é pensar em como
promover mais espaços para leitura e disponibilizar mais conteúdos
para os alunos”.
Dados escolares
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Regiões: No
Sul do Brasil, 77,6% das escolas públicas têm biblioteca; no
Sudeste, esse índice é de 71,1%; no Nordeste são 30,4% das
escolas com biblioteca; no Centro-Oeste são 63,6%; e no Norte são
26,7%.
Pior: O
Maranhão é o estado com o menor índice de bibliotecas
escolares: estão em 15,1% das escolas.
Melhores: Já
DF (90,9%), RS (83,7%) e RJ (79,4%) têm os melhores índices de
bibliotecas escolares.
Oferta: Há
diferença na oferta de bibliotecas ou salas de leitura entre
escolas. Nas escolas públicas de Ensino Médio, estão em 86,9%
delas. E nas de Ensino Fundamental, em 45% delas.
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Leitura
precisa ser prioridade
A
diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo, Christine
Fontelles, avalia que como faltam recursos para todas as áreas da
Educação, a leitura não costuma estar entre as prioridades dos
gestores. Ela coordena o projeto “Eu Quero Minha Biblioteca”, que
ajuda educadores, pais e alunos a requisitar e implantar bibliotecas
nas escolas, via articulação com secretarias de Educação e MEC.
“Somos um país que não dá valor à biblioteca; que ainda não
tem a noção de que Educação para a leitura deve acontecer sempre,
e que a biblioteca pública é equipamento fundamental para que as
famílias e escolas possam desenvolver essa habilidade no jovem”,
defende Christine.
O
hábito de ler começa em casa
O
presidente do Instituto Pró-Livro, Antônio Luiz Rios, destaca que
uma biblioteca na escola contribui para a formação literária,
melhora a escrita, o vocabulário e é fundamental para a formação
do cidadão. “O hábito da leitura começa em casa com a família.
Mas é preciso seguir na escola, com acervo interessante e
profissionais capacitados. Sem uma base leitora forte, o aluno não
tem uma boa formação.” Antônio acredita que, com a leitura, o
cidadão pode ter acesso ao conhecimento humano e adquire capacidade
crítica. E cita que a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil 2012,
pelo Instituto, revela que as bibliotecas escolares estão à frente
de qualquer outra forma de acesso ao livro para crianças e jovens de
5 a 17 anos.
O Ministério da Educação informa que a instalação de
bibliotecas é responsabilidade das escolas que, na rede pública,
recebem recursos federais para investir em estrutura e escolhem como
e onde devem ser gastos.
Fonte: Correio do Povo, página 7 de 6 de junho de 2015.
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