A
Subcomissão da Memória, Verdade e Justiça, vinculada à Comissão
de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, ouviu
ontem o relato de Paulo de Tarso Carneiro, 73 anos, ex-integrante da
Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares). No depoimento,
lembrou as torturas que sofreu quando foi preso, em abril de 1970, em
Garibaldi. O militante que trabalhava no Banco do Brasil foi levado
para uma unidade do Exército em Caxias e depois trazido para o Dops,
que funcionava no Palácio da Polícia, Capital, onde foi torturado
diversas vezes na cadeira elétrica e no pau de arara. “Pediam os
nomes de companheiros e faziam ameças constantes de que iria ser
morto.” Ficou preso até 7 de abril de 1971.
Carneiro
disse que a tortura do ex-militante da VAR-Palmares foi praticada
pelo major Paulo Malhães, “um dos maiores torturadores do regime
militar brasileiro”. “Fui colocado diversas vezes na sala da
'Fossa', no Palácio da Polícia, onde o major Malhães realizava as
torturas que eram assistidas por pelo menos dez pessoas, todas
encapuzadas”, acrescentou.
Malhães,
promovido a tenente-coronel, foi encontrado morto em 2014 em sua casa
em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ). Foi amarrado por três
homens e assassinado por asfixia. As armas que estavam na casa foram
furtadas. Os próximos depoentes serão o ex-deputado Raul Pont e
Suzana Lisboa, esposa de Luiz Eurico Tejera Lisboa, morto pela
ditadura.
Fonte: Correio do Povo,
página 12 de 20 de junho de 2015.
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