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domingo, 28 de junho de 2015

Decisão em prol dos animais

Em geral, os casos de maus-tratos aos animais costumam finalizar com penas leves, não raras vezes resultando em pagamentos de cestas básicas, por se tratar de crime considerado de menor potencial ofensivo. Isso faz com que um certo sentimento de impunidade se instaure entre os infratores, frequentemente impulsionando a repetição dessa conduta. Todavia, essa situação pode estar mudando, a se julgar por uma decisão considerada histórica em São Paulo, que pode servir de paradigma para todo o país.
De acordo com uma sentença de primeiro grau, a Justiça paulistana condenou uma mulher a 12 anos de prisão por matar 37 cães e gatos. Os animais foram mortos com requintes de crueldade, com uso de substâncias que causam dor, alguns triturados enquanto ainda vivos. O rigor da pena se deve ao fato de que houve uma grande indignação das pessoas e de ONGs e porque a julgadora entendeu que a liberdade da ré configura um risco para todos no cotidiano.
Uma sociedade não pode ser indiferente à dor dos vulneráveis, sejam crianças, sejam idosos, sejam até mesmo animais, que não podem se defender sozinhos. A reprovação social é muito importante para que esse tipo de violência não mais se repita. É bem possível que as palavras atribuídas ao pintor Leonardo da Vinci estejam ganhando cada vez mais atualidade: “Chegará um dia no qual os homens conhecerão o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado crime contra a humanidade”.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição 21 de junho de 2015, página 2

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