Presidente da Câmara rebateu críticas dos petistas feitas em Salvador
Hostilizado no último sábado no encerramento do congresso do PT, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou a rede social Twitter para atacar e ironizar o partido da presidente Dilma Rousseff. “O PMDB está cansado de ser agredido pelo PT constantemente e é por isso que declarei que essa aliança não se repetirá”, afirmou o parlamentar. “Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem no congresso (do PT) o fim da aliança e não sei se num congresso do PMDB terão a mesma sorte”, ameaçou, em entrevista, publicada pelo Jornal do Brasil ontem.
“No momento temos compromisso com o País e estabilidade, mas isso não quer dizer que vamos nos submeter à humilhação do PT”, reforçou. Irônico, o deputado comentou que ficaria preocupado se tivesse sido aplaudido pelos petistas, pois esse seria um sinal de que estaria fazendo tudo errado. “E mais uma vez agradeço as hostilidades”, escreveu. “É se estão com raiva da pauta, ao invés disso busquem debater e convencer das suas posições e não agredir.” Os comentários foram feitos em resposta ao deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que no congresso do PT chamou Cunha de “oportunista de ocasião”.
Os petistas chegaram a analisar no congresso que se encerrou no sábado, em Salvador, uma proposta de ruptura da aliança com o PMDB. A proposta foi rejeitada, mas a emenda que propunha a cisão chamava o presidente da Câmara de “sabotador do governo” e houve militantes que gritaram “fora, Cunha!” Sem citar o nome de Zarattini, Cunha escreveu no Twitter que o deputado que o chamou de oportunista “era vice-líder do governo e relator da MP 664 que tratava do ajuste fiscal e onde tinha a emenda de mudança do Fator Previdenciário.” Como relator, Zarattini posicionou-se contra a emenda, contou. Porém, depois, votou a favor dela. A posição contrária à defendida pelo governo custou-lhe o posto de vice-líder. “Quem é então oportunista de ocasião?”, questionou Cunha.
Ele aproveitou para dizer que não são justas as críticas que tem recebido por desengavetar matérias que estão há anos aguardando apreciação pelos deputados. “Continuarei pautando e ainda não conheço uma maneira melhor do que a democracia, onde a maioria aprova ou derrota alguma matéria”, avaliou.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de 15 de junho de 2015.
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