terça-feira, 16 de junho de 2015

Crédito habitacional eleva endividamento

Famílias comprometem 46% da renda com financiamento da casa própria

Brasília – Mesmo com o desaquecimento da economia, as famílias estão determinadas a adquirir imóveis por meio de financiamentos. A busca pelo crédito habitacional puxou o endividamento para cima de abril, fazendo com que o total de dívidas equivalesse a 46,3% da renda acumulada em 12 meses. O percentual de dívidas com o sistema financeiro foi o maior dos últimos 10 anos, segundo o Banco Central. Quando os dados começaram a ser divulgados, em janeiro de 2005, essa relação era bem menor: 18,42%.

De forma geral, a disposição de endividamento está relacionada com o crescimento econômico. Por isso, a perspectiva agora é de diminuição dessa taxa ou de manutenção, como praticamente já ocorreu em abril. Em março, a taxa era de 46,2%.

É possível identificar o setor habitacional ainda como o trampolim dos financiamentos porque o BC também copila o valor total de endividamento das famílias, excluindo dívidas com imóveis. Neste caso, houve leve baixa de março (27,73%) para abril (27,61%).

De maneira geral, o crédito imobiliário é visto com bons olhos por economistas por se tratar de uma modalidade com prazos mais longos e com baixa inadimplência se comparada com outras linhas de crédito. Além disso, é avaliado como “empréstimo do bem”, já que tem como base a formação de patrimônio. Na última nota de crédito do BC, divulgada há pouco mais de 15 dias, a instituição revelou que o volume de financiamentos do sistema financeiro equivalia a 54,% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril.

Ainda segundo os números do BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional está praticamente estável no último trimestre encerrado em abril: ficou em 21,98% em fevereiro, cedeu levemente para 21,97% em março e voltou a 21,98% no mês seguinte. Isso significa que embora o total de dívidas esteja aumentando, ainda que levemente, o brasileiro consegue equilíbrio entre os gastos com empréstimos e sua renda. Para resolver a questão de falta de recursos para o crédito da casa própria, recentemente o governo decidiu liberar os bancos para usar R$ 22, 5 bilhões dos depósitos da poupança que são obrigados a manter no BC para desembolsos nas operações de financiamento.

Fonte: Correio do Povo, página 4 de 16 de junho de 2015.

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