sábado, 6 de junho de 2015

As Canhonadas de Napoleão

Estando em momentânea desgraça junto ao governo da convenção termidoriana durante a revolução francesa por ter tido simpatias jacobinas, o jovem general Napoleão Bonaparte não hesitou em assumir o comando da repressão ao movimento monarquista que ameaçava a república, abrindo assim a tiros de canhão seu caminho para o poder.

O ar Burguês

Derrubada a ditadura de Robespierre pelo surpreendente golpe de 9 Termidor, a França tomou-se de outros ares. O véu sagrado que os jacobinos haviam erguido sobre a pobreza, considerando-a a mais autêntica manifestação da República Virtuosa, fundada em 1792, estiraçou-se. O dinheiro dos burgueses que estava resguardado numa prudente clandestinidade, veio então à tona. As ruas de Paris, da bela Paris, encheram-se e a colorir-se com seus extravagantes, com os rapazes ricos doidivanas, os muscadins (*), e com as cocotes perfumadas e enchapeladas, envoltas em seda e veludo, apelidadas de as incroyables. O luxo, enfim, mostrava a sua cara.

(*) Muscadins: derivava de almíscar, a essência do perfume que usavam

Os Muscadins

A burguesia que sobrevivera ao terror voltava só cenário urbano exibindo-se nas ruas com suas charretes e com suas bengalas. O novo ar burguês dominou a própria Convenção. A jeunesse dorée, ostensivamente saudosa da monarquia, passou a atuar como um esquadrão de ataque antijacobino, organizando-se em gangues e espancando com rebenques os antigos militantes, fechando-lhes os clubes. No interior da França, com o auxílio das companhias de Jesus e companhias do Sol, bandos de católicos vingativos, os muscadins assumiram a tarefa de aplicar o chamado Terror Branco, dando caça aos republicanos radicais e ex-terroristas. Enquanto isso a Convenção decidiu-se pela criação de uma nova constituição e um novo regime, o do Diretório.



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