A
presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, terá de tomar uma
decisão polêmica em um tema candente, o da aposentadoria dos
brasileiros. O Congresso Nacional aprovou uma fórmula que combina
idade com tempo de contribuição, sendo conhecida como 85/95, 85
para mulheres e 95 para os homens. Por essa fórmula, uma mulher com
55 anos de idade e 30 de contribuição já poderia se aposentar de
forma integral, o mesmo acontecendo com um homem que tiver 60 anos de
idade e 35 anos de contribuição previdenciária. Outras variações
podem garantir a aposentadoria, mas idade e tempo trabalhado a
garantem na integralidade na fórmula 85/95.
Por sua
vez, o governo federal, alegando dificuldades de caixa da
Previdência, quer que as aposentadorias só sejam efetuadas pelo
valor integral a partir de uma idade mínima, o que faz com que o
trabalhador tenha que continuar na ativa enquanto não atingir essa
idade mínima e o tempo de contribuição, sofrendo uma redução no
valor do benefício caso se aposente antes.
Os
inativos se queixam há muitos anos da perda de valor de compra das
aposentadorias, bem como do tempo excessivo para atingi-las. Por
outro lado, o governo apresenta cálculos atuariais para criticar a
nova proposta. Não será fácil a escolha da presidente, seja para
atender aos apelos dos segurados, seja para sinalizar no sentido de
conter os gastos do governo em meio ao ajuste fiscal. Em qualquer
cenário, ela receberá críticas ou apoio. Veto ou sanção, eis uma
decisão que vai mexer com o país.
Fonte:
Correio do Povo, editorial da edição de 17 de junho de 2015, página
2.
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