sábado, 6 de junho de 2015

A Revolução Francesa de 1789 Parte II

A queda da monarquia e a República revolucionária

Somente na aparência as coisas se acalmaram depois da formação da Assembleia Nacional, da aprovação dos direitos e de uma Constituição monárquica. A partir de 1791 a Coroa, a Assembleia e as ruas iriam se envolver em um redemoinho que as levariam à guerra civil e ao terror revolucionário.

A fuga do rei

O que restava do prestígio de Luís XVI, de resto um homem afável e avesso aos gestos violentos, se desfez em razão de uma desastrada e desesperada tentativa de fuga, ocorrida em 20 de julho de 1791. Antes, o rei já havia passado por outras humilhações. A cinco de outubro de 1789, por exemplo, uma multidão de mulheres marchara de Paris até Versalhes. No dia seis elas invadiram o Palácio de Versalhes e obrigaram-no a voltar, ele e sua família, para o Palácio das Tulherias, em Paris, onde seria colocado sob vigilância popular. O monarca e os seus passaram a morar nas Tulherias, como se fossem prisioneiros de fato.
Na noite de 20 para 21 de junho de 1791, numa trama arquitetada por Axel de Fersen, um aristocrata estrangeiro muito próximo à rainha Maria Antonieta, rei Luís XVI tentou escapar da França, acompanhado pela esposa e seus quatro filhos e um grupo reduzido de cortesãos. Sua Majestade escapuliu do Palácio das Tulherias secretamente numa carruagem rumo à Bélgica. Preparada às pessoas a tentativa malogrou em Varennes, na fronteira da Bélgica. Justo ali, depois de parar numa taverna, Luís XVI foi reconhecido, detido pela milícia local e recambiado para Paris.

O plano contra revolucionário

A fuga de Luís XVI fazia parte de um plano contra revolucionário. Muitos nobres que se exilaram logo após a tomada da Bastilha queriam que Luís XVI comandasse uma invasão da França apoiado pelos exércitos dos reis estrangeiros. Para tanto, para proteger-se a ele e aos seus, era preciso sair a qualquer custo de Paris. Provas desse plano forma posteriormente encontradas nos papéis do rei existentes dentro de um armário de ferro nas Tulherias. E também de que a rainha tivera diversos encontros com Mirabeau (morto pouco antes da fuga real)que, exatamente como Marat e Alexandre Lameth, em momentos diferentes denunciaram, desejava conciliar a revolução com a monarquia. A Coroa pagara regiamente o tribuno da revolução.
Em seu retorno à capital, escoltado, o rei e sua família foi acolhido por uma imensa multidão que, aqui e ali, o injuriava como traidor. De certa forma aquele desfile tétrico pelas ruas de Paris, a maior parte dele envolto num silêncio sepulcral, foi a antecipação do percurso que Luís XVI e sua mulher tiveram que cumprir uns meses depois rumo ao cadafalso da Praça da Guilhotina (ironicamente situada na Praça Concórdia!). Politicamente, o rei morreu naquele dia.

A invasão da França

As turbulências persistiram em 1792, ano em que a França passou da monarquia à república. Os revolucionários estavam cercados pelos reis estrangeiros que, como os documentos aprendidos revelaram, pretendiam invadir a França e restabelecer o poder absolutista. A 25 de julho, o duque Brunswick, comandante das tropas austro prussianas encvadas em socorro do monarca preso pelo seu próprio povo nas Tulherias, depois de adentrar em território francês, lançou uma intimação sobre Paris: quem não se submetesse à autoridade real seria punido exemplarmente por meio de tribunais militares de exceção.


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