A queda da monarquia e
a República revolucionária
Somente na aparência
as coisas se acalmaram depois da formação da Assembleia Nacional,
da aprovação dos direitos e de uma Constituição monárquica. A
partir de 1791 a Coroa, a Assembleia e as ruas iriam se envolver em
um redemoinho que as levariam à guerra civil e ao terror
revolucionário.
A fuga do rei
O que restava do
prestígio de Luís XVI, de resto um homem afável e avesso aos
gestos violentos, se desfez em razão de uma desastrada e desesperada
tentativa de fuga, ocorrida em 20 de julho de 1791. Antes, o rei já
havia passado por outras humilhações. A cinco de outubro de 1789,
por exemplo, uma multidão de mulheres marchara de Paris até
Versalhes. No dia seis elas invadiram o Palácio de Versalhes e
obrigaram-no a voltar, ele e sua família, para o Palácio das
Tulherias, em Paris, onde seria colocado sob vigilância popular. O
monarca e os seus passaram a morar nas Tulherias, como se fossem
prisioneiros de fato.
Na noite de 20 para 21
de junho de 1791, numa trama arquitetada por Axel de Fersen, um
aristocrata estrangeiro muito próximo à rainha Maria Antonieta, rei
Luís XVI tentou escapar da França, acompanhado pela esposa e seus
quatro filhos e um grupo reduzido de cortesãos. Sua Majestade
escapuliu do Palácio das Tulherias secretamente numa carruagem rumo
à Bélgica. Preparada às pessoas a tentativa malogrou em Varennes,
na fronteira da Bélgica. Justo ali, depois de parar numa taverna,
Luís XVI foi reconhecido, detido pela milícia local e recambiado
para Paris.
O plano contra
revolucionário
A fuga de Luís XVI
fazia parte de um plano contra revolucionário. Muitos nobres que se
exilaram logo após a tomada da Bastilha queriam que Luís XVI
comandasse uma invasão da França apoiado pelos exércitos dos reis
estrangeiros. Para tanto, para proteger-se a ele e aos seus, era
preciso sair a qualquer custo de Paris. Provas desse plano forma
posteriormente encontradas nos papéis do rei existentes dentro de um
armário de ferro nas Tulherias. E também de que a rainha tivera
diversos encontros com Mirabeau (morto pouco antes da fuga real)que,
exatamente como Marat e Alexandre Lameth, em momentos diferentes
denunciaram, desejava conciliar a revolução com a monarquia. A
Coroa pagara regiamente o tribuno da revolução.
Em seu retorno à
capital, escoltado, o rei e sua família foi acolhido por uma imensa
multidão que, aqui e ali, o injuriava como traidor. De certa forma
aquele desfile tétrico pelas ruas de Paris, a maior parte dele
envolto num silêncio sepulcral, foi a antecipação do percurso que
Luís XVI e sua mulher tiveram que cumprir uns meses depois rumo ao
cadafalso da Praça da Guilhotina (ironicamente situada na Praça
Concórdia!). Politicamente, o rei morreu naquele dia.
A invasão da França
As turbulências
persistiram em 1792, ano em que a França passou da monarquia à
república. Os revolucionários estavam cercados pelos reis
estrangeiros que, como os documentos aprendidos revelaram, pretendiam
invadir a França e restabelecer o poder absolutista. A 25 de julho,
o duque Brunswick, comandante das tropas austro prussianas encvadas
em socorro do monarca preso pelo seu próprio povo nas Tulherias,
depois de adentrar em território francês, lançou uma intimação
sobre Paris: quem não se submetesse à autoridade real seria punido
exemplarmente por meio de tribunais militares de exceção.
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