domingo, 28 de junho de 2015

A ILUSÃO DOS APOIADORES FAMOSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS!

1. O ciclo dos marqueteiros, a partir do processo de democratização, trouxe para o centro do palco testemunhais de dois tipos. De um lado, a impessoalidade dos que seriam beneficiários potenciais com as medidas a serem adotadas no caso de vitória. De outro os famosos, apoiadores (artistas, esportistas, intelectuais...) que além de legitimar a candidatura, ainda atrairiam votos. Será???? 
            
2. Certas campanhas eram quase que uma disputa entre times de apoiadores. O recorde foi conseguido por Lula no segundo turno da eleição presidencial de 1989. Um enorme coro de famosos cantando o seu jingle. Progressivamente os apoiadores famosos passaram a dar depoimentos contundentes. O contraponto FHC x Lula – mãe e filha atrizes, em 1998, em torno dos riscos de uma eleição de Lula ganhou destaque.
            
3. O tempo foi mostrando que a importância dos apoiadores famosos para atrair novos votos, novos eleitores, era mínima ou nula. Como elemento de legitimação para os próprios eleitores do candidato funcionava, não aumentando o número de eleitores, mas dando entusiasmo e justificativa aos que já eram eleitores do candidato.
            
4. Os exemplos são múltiplos. Como dizia um marqueteiro anos atrás: “Se fosse por apoiadores famosos, Maluf não ganharia uma eleição”. Um exagero, mas com um fundo de verdade. E criou-se um mercado de apoiadores famosos que cobram um forte cachê para aparecer nos programas eleitorais. Apoio comercial, se poderia dizer, como qualquer desodorante. 
            
5. Quando um apoiador famoso aparece na TV defendendo um candidato, há uma regra de ouro, mesmo para a legitimação. Só funciona quando apoiador e apoiado têm um perfil convergente –seja ideológico, seja programático. Quando o apoiador famoso aparece na telinha testemunhando a favor de um candidato cujo perfil é o inverso do seu, o candidato não ganha nada, mas o apoiador pode perder. Os testemunhais de apoio a Collor em 1989 são exemplos disso. 
            
6. Em nível municipal –pela proximidade dos temas- estes dois fatores dos testemunhais de famosos –inutilidade por perfis distintos, ou legitimação para os mesmos- se dá de forma muito mais intensa.  No Rio, quatro eleições para prefeito foram paradigmáticas nestes sentidos: 1992, 1996, 2000 e 2008, por se tratarem de eleições competitivas. E ficou demonstrado o binômio: inutilidade e legitimação.  
            
7. Ou seja, por um lado, nem um voto a mais foi conquistado pelos testemunhais de famosos. Por outro, em casos específicos, a legitimação por perfis convergentes gerou entusiasmo –como em 2008. 

                                                    * * *

POLÍTICA E FASHION DESIGN!

(Mônica Bergamo - Folha de SP, 25). 1. A prisão do empreiteiro Marcelo Odebrecht e as más notícias na área econômica deram impulso às conversas sobre um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, ou de alternativas que no mínimo diminuam seu poder. 
 
2. Antes restritas à oposição, e adormecidas nos dois últimos meses, elas agora correm soltas entre parlamentares, ministros e lideranças do PMDB.

3. A prisão de Odebrecht, financiador de campanhas de praticamente todos os partidos e amigo pessoal de diversos políticos, seria um sinal de que Dilma perdeu de vez o que peemedebistas chamam de "controle" da situação: se o empreiteiro foi preso, com argumentos considerados "frágeis", qualquer um no país pode ser detido também, e a qualquer momento. Boa parte dos líderes do partido está sob investigação.

4. ALTA COSTURA
A casa de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, virou um dos centros de reunião dos que passaram a defender, depois da prisão de Odebrecht, uma "saída" para a situação, que definem como "grave". As ideias discutidas, no entanto, são consideradas complexas e de difícil viabilização.

5. RANKING
O impeachment, por exemplo, não agrada ao presidente do Senado. Ele está em rota de colisão com o vice-presidente Michel Temer, que substituiria Dilma. Outra alternativa ventilada seria a implantação do parlamentarismo no país, sem que Dilma perdesse o mandato, mas, sim, o poder. E uma terceira, a saída da presidente e do vice, com a convocação de eleições, é considerada a mais traumática de todas.

Ex-Blog do Cesar Maia

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