quarta-feira, 13 de maio de 2015

Partidos políticos, por Jarbas Lima

A história dos partidos políticos se confunde com a história dos processos eleitorais e dos parlamentos, ligados às origens dos processos democráticos e representativos. Tornaram-se indispensáveis para a vida política dos povos. Até os partidos totalitários, nazistas, fascistas, socialistas, não tiveram coragem de aboli-los. Criaram o partido único. O partido é parte (pars) e não a nação inteira. Foram fórmulas espúrias. No início do século XIX os partidos se caracterizavam pela ideologia. Há, hoje, uma forte tendência pragmática, enfocando o que eles fazem, não o que eles são.

A história comprovou serem os partidos necessários, indispensáveis na renovação política, aperfeiçoamento das organizações de poder, das doutrinas, ideias e sistemas sociais. Não é possível falar em sistema representativo sem ter presente a função instrumental do partido. Modernamente, a pluralidade e diferenciação dos partidos constituiu-se no único instrumento viabilizador dos governos de equilíbrio democrático.

Vivemos numa sociedade pluralista, num palco de luta incessante, muitas vezes dura e apaixonada, entre tendências e interesses, tanto no plano no plano econômico como no político. Uma democracia de cidadãos isolados é impraticável, frágil, corre riscos e dá espaço para aventureiros. Um voto é um fragmento da vontade nacional. Associando-se, forma uma força nos partidos. É hora de refletir sobre os fatos, os partidos políticos, sua seriedade. É hora de reconhecer seus líderes, honradez, dignidade, vida pregressa, competência. Nos partidos débeis, ineficientes, tudo pode acontecer. Temos 32 registrados. Impossível de serem distinguidos doutrinariamente. Campo fértil para a infidelidade e irresponsabilidade. Que saudades do meu Partido Libertador, onde se ingressava apresentado e investigado. O lenço vermelho identificava. A conduta recomendava. O tempo do “caracu de uma raça e o programa de um partido”. O trapo colorado simbolizava consciência e alerta para os versos de Juca Ruivo: “Aquele que deixa um dia seu partido e n'outro embarca, é porta de ferraria com muitos tipos de marca”.

Professor de Direito

Fonte: Correio do Povo, página 2 de 13 de maio de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário