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quarta-feira, 20 de maio de 2015

O ACORDO PT-PSDB LEVARIA A UMA REFORMA POLÍTICA VICIADA!

1. Do ponto de vista estratégico é ilusão de ótica, ou mesmo um grave equívoco, supor que PSDB e PT são opositores, são antagônicos. O confronto existe apenas na luta pelo poder conjuntural entre os dois. Mas são totalmente aliados para criar impedimentos políticos e legais quando se trata de um quadro aberto que inclua outros partidos na luta pelo poder.
                    
2. O debate da reforma política mostra isso claramente. Buscando legitimar suas propostas com opiniões acadêmicas, constroem uma aliança que os preserva como alternativas de poder e elimina possibilidade de que outros partidos participem deste jogo. É esse o único sentido da proposta do voto distrital-misto.
                   
3. O PT sapateia de um lado defendendo o voto em lista. O PSDB apresenta proposta de voto distrital começando pelos grandes municípios. Como afirmou nesta terça-feira, no Panorama Político/Ilimar Franco do Globo, um dos líderes do PT: “Nós queremos voto em lista; o PSDB quer o voto distrital. Por isso nos somamos no voto distrital-misto”. E agregam a isso o término das coligações e a cláusula de barreira para lustrar a tese. Tudo arrumadinho para, a partir da aprovação da reforma política –deles-, se institucionalizar um sistema binário, com os outros partidos como periferia distante e rarefeita.
                    
4. Será que seus acadêmicos domesticados não sabem que o voto distrital-misto foi uma criação pragmática alemã no pós-guerra para eliminar quaisquer riscos de disputa do poder por mais de 2 partidos? Justificaram com a tese da eliminação do jogo político e eleitoral das extremas - esquerda e direita. E voltaram a uma disputa de décadas antes, entre uma direita cristã e uma socialdemocracia. Deu totalmente certo. Os demais partidos de lá, até hoje, passaram a ser paisagem, apenas figurantes.
                
5. Com graxa acadêmica dão verniz à tese e em nome da elegância política, somam a favor editoriais, artigos e entrevistas. Tudo uma farsa, mal escondida, para concentrar poder num sistema binário de disputa do poder apenas entre eles. Em eleição, semana passada, no Reino Unido, o Partido Conservador no poder, obteve 36% dos votos, mas elegeu 51% dos deputados. Ajustando com lista partidária, é isso que eles sonham: implantar aqui um modelo anglo-saxão que pré-define o jogo do poder efetivo.
                    
6. Se o PSB-PPS, PDT-PCdoB, Marina, PMDB-SD, DEM-PTB, PP-PR..., não se dão conta disso, é por pura ingenuidade. Ou por vocação periférica, batizada de presidencialismo de coalizão. Na verdade, aqueles no centro do poder e os demais simples agregados. O resultado disso hoje se conhece bem: mensalões, petrolões, etc.
                   
7. Todos os sistemas eleitorais de todos os países são teleológicos. Ou seja, são construídos para um fim em si. Por isso os ditos demais partidos brasileiros, de todos os perfis políticos ou ideológicos, na câmara de deputados, que representam 75% do plenário, não devem entrar nesse jogo de roleta viciada. Devem teleologicamente aprovar uma reforma político-eleitoral que os mantenha no jogo, que tenha flexibilidade para se ajustar aos ciclos políticos e que garanta a todos os partidos caminhos para a relevância e o acesso direto ao poder.
                  
8. Esse é o sentido do Distritão: não permitir um sistema eleitoral viciado com ganhadores pré-definidos.

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CHINA ULTRAPASSA O MÉXICO EM EMIGRANTES PARA EUA!

(Andrés Oppenheimer – La Nacion, 12) 1. A candidata democrata a presidência Hillary Clinton, tem um trunfo formidável para desarmar os candidatos republicanos de linha dura que nas questões da imigração querem praticamente fechar a fronteira sul dos EUA, que é o seguinte: há mais imigrantes vindos da China que do México.
       
2. Curiosamente novos dados da pesquisa sobre a Comunidade Americana, do Escritório do Censo dos Estados Unidos, mostram que, em 2013 - o último ano de que se têm levantamento – chegaram ao país 147 mil imigrantes chineses e 125 mil mexicanos. A pesquisa anual inclui tanto os imigrantes legais quanto os ilegais, e pela primeira vez mostrou um aumento do fluxo de imigrantes da China em relação aos do México.
       
3. O número de mexicanos que se mudam para os Estados Unidos despencou nos últimos anos, e atingiu o seu nível mais baixo em mais de meio século no ano de 2011. As causas desta diminuição são muitas, incluindo a crise financeira de 2008, a queda nas taxas de fertilidade no México - passaram de uma média de 5,5 filhos por mulher na década de 1970 para 2,5 atualmente - e o aumento das medidas de segurança nas fronteiras implementadas por Barack Obama.
        
4. Enquanto isso, o número de imigrantes chineses está aumentando rapidamente, de cerca de 75 mil por ano há uma década, até o dobro disso atualmente. Especialistas dizem que isso ocorre porque há mais chineses ricos que estão enviando seus filhos para estudar nos Estados Unidos e a recente desaceleração da economia chinesa está causando muitos "imigrantes internos" que buscam encontrar uma nova vida no exterior.
        
5. Cerca de 250 milhões de chineses se mudaram das áreas rurais para as grandes cidades nas últimas décadas. O aumento do desemprego no setor da construção chinês está levando muitos deles a procurar novos empregos no exterior.
        
6. Embora existam cerca de seis milhões de imigrantes mexicanos ilegais e apenas cerca de 300 mil chineses ilegais, a maioria dos recém-chegados não são pessoas que atravessam a fronteira ilegalmente, mas pessoas que vieram como turistas ou estudantes e permaneceram além da expiração do seu visto. "O debate sobre o fechamento da fronteira é um absurdo, porque o maior percentual de trabalhadores em situação irregular está aqui por terem prolongado a sua estadia legal", acrescentam os especialistas.

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