domingo, 31 de maio de 2015

A cultura paternalista do povo brasileiro, por Lúcio Machado Borges*

 Somos um país que infelizmente temos uma cultura paternalista. Sempre ficamos esperando que o presidente, o governador e que os prefeitos resolvam os nossos problemas. Preferimos jogar a responsabilidade em cima deles ao invés de sairmos da “zona de conforto” e lutarmos para resolver os nossos problemas.
Muita gente não sabe, mas uma das razões que os ingleses não quiseram aderir ao euro e ficaram com a sua moeda (a libra esterlina) é o fato de que Portugal, Espanha e Grécia fazerem parte da Comunidade Econômica Europeia. A Alemanha está pensando em sair da Comunidade Econômica Europeia, tendo em vista que a Grécia não quer acatar os ajustes econômicos sugeridos pelo bloco e ainda nos dias de hoje estar cobrando uma “indenização” por causa do nazismo e da Segunda Guerra Mundial. Esta dívida já foi bem paga pelos alemães nos anos 60 do século passado. É sabido e notório que os países católicos são mais atrasados do que os países de religião protestante. Quem quiser saber mais sobre este assunto, recomendo a leitura do livro “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, com Max Weber.
É triste e doloroso que num país continental como o Brasil, a maioria das pessoas pensem apenas em ficar na “zona de conforto”. A maioria deseja conseguir alguma bolsa de alguma coisa, como o “Bolsa Família”, ao invés de lutar para conseguir algo melhor para as suas vidas. Isso sem falar nos concurseiros. Tem muitas pessoas que a única coisa que importa em suas vidas é passar em um concurso público para ter o seu salário garantido no final do mês, ter licença-prêmio, triênios e assim por diante. Quem escolhe ser funcionário público, abre mão de querer crescer na vida e de até enriquecer. O Brasil está saturado de funcionários públicos. Podemos ver lá em Brasília onde a presidente Dilma Rousseff tem quase quarenta ministérios. Nos precisamos investir em saúde, educação, saneamento básico e segurança. O resto podemos entregar para a iniciativa privada.
Precisamos mudar a mentalidade do povo brasileiro e incentivar as crianças em idade escolar a buscar o empreendedorismo. Precisamos investir mais na produção, precisamos de mais indústrias, de mais cientistas porque advogados e administradores nós já temos bastante. Acredito que a escola tem um papel fundamental para a mudança de mentalidade das nossas crianças. Só assim conseguiremos ter um verdadeiro futuro melhor em nosso país.


*Editor do site RS Notícias


Artigo escrito no dia 26 de maio de 2015.

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