Exército treina militares para integrar em maio missão de paz no Haiti
Da Agência Brasil
Edição: Stênio Ribeiro
De acordo com o comandante do batalhão, coronel Gustavo Henrique Dutra de Menezes, a participação é uma oportunidade para o aprimoramento técnico e operacional de parte da força terrestre, além de contribuir para a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti e nas atividades de assistência humanitária e de fortalecimento das instituições nacionais.
“O Haiti necessita de ajuda das nações amigas para restabelecer a segurança e, com isso, encontrar as condições ideais para atrair investimentos e desenvolver sua economia, beneficiando toda a população”, acrescentou Menezes.
Até domingo (12), a tropa receberá instruções e nivelará conhecimentos que permitam pôr em prática o potencial técnico e profissional de cada futuro integrante do batalhão. Do dia 13 ao dia 24 próximos, os militares participarão de diversas atividades nos bairros de Sulacap, Valqueire, Bento Ribeiro e Oswaldo Cruz, bem como na Vila Militar.
Entre as atividades ao ar livre, estão o emprego de tropas e a circulação de viaturas militares em manobras. Segundo o Exército, serão envolvidos figurantes e cenários que darão ao exercício grau de realismo, composto por simulações e incidentes que poderão ocorrer durante a missão no Haiti. A instituição ressalta que vai controlar as atividades com o apoio de órgãos de segurança pública.
Nos dez anos de atuação em território haitiano, as Forças Armadas brasileiras já enviaram 20 mil militares para a missão. A seleção e o treinamento são reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), informou o Exército.
Agência Brasil
Falta de água e más condições de trabalho afetam palestinos no Vale do Jordão
Eliane Gonçalves - Enviada Especial da EBC
Edição: Juliana Andrade e Talita Cavalcante
A Missão Humanitária a Gaza começou a ser organizada em novembro de 2014 pelos integrantes brasileiros do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial. O objetivo do grupo é levar apoio aos palestinos que vivem na Faixa de Gaza, região que teve cerca de 96 mil casas e edifícios destruídos e 2.272 mortos depois dos bombardeios de junho de 2014.
A partir do Acordo de Oslo, assinado em 1993 entre a Palestina e Israel, o território palestino foi dividido em três áreas de controle. A região A é de controle exclusivo da Autoridade Nacional Palestina. A área B ficou sob administração palestina e controle militar israelense. E a C é totalmente controlada pelo governo de Israel. Na prática, Israel exerce controle total de quem entra em cada um desses territórios, assim como de quem sai. Os assentamentos ilegais, que na prática significam a expansão da colonização israelense no território palestino, continuam crescendo.
Saiba Mais
Por não terem acesso à água potável, as famílias palestinas dependem de empresas israelenses para o abastecimento. Elas recebem água de duas a três vezes por semana. Já para os fazendeiros e famílias israelenses, essa realidade é completamente distinta, uma vez que o fornecimento de água é contínuo. Segundo dados do Palestine Monitor, enquanto o consumo de água de um cidadão israelense é cerca de 2,4 mil metros cúbicos por ano, o de um palestino é cerca de 50 metros cúbicos anuais.
Além da restrição de acesso a água, os palestinos que vivem na região enfrentam outras dificuldades. Na Vila de Faisayl, última comunidade a resistir aos assentamentos de colonos israelenses no Vale do Jordão, a maioria da população trabalha nas fazendas israelenses, recebendo entre US$ 10 e US$ 17 por dia de trabalho e sem qualquer outro direito, como descanso semanal remunerado, assistência médica ou hora extra. Segundo Sireen Khudairi, que integra o grupo Solidariedade ao Vale do Jordão, é possível encontrar até mesmo crianças trabalhando na colheita de tâmaras nas fazendas.
A demolição de casas e prédios públicos, como a escola local, também faz parte do cotidiano do vilarejo. Na semana que antecedeu a visita da missão, os moradores de Faisayl testemunharam a demolição ilegal de mais uma casa na região. Segundo Rashed Swafty, que coordena o grupo, os soldados israelenses chegam dias antes da ação para avisar às famílias que a casa será derrubada, sem dar justificativas.
Há cerca de dois anos, a escola da vila foi demolida. Os moradores palestinos resistem reconstruindo suas casas em regime de mutirão e com a fabricação dos próprios tijolos, uma vez que a chegada de material de construção no vilarejo palestino é proibida. Apesar do clima pacífico e amistoso com que a missão brasileira foi recebida, uma placa em inglês e hebraico, no começo da estrada que dá acesso ao vilarejo, avisa: "a entrada é perigosa para israelenses".
O governo de Israel foi procurado pela reportagem, mas, devido aos feriados da Páscoa Hebraica, não pode atender à equipe.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário