Um convite do Departamento Jurídico da Petrobras para que
dez magistrados trabalhistas visitassem instalações da estatal no Rio
Grande do Norte causou mal-estar entre alguns magistrados do TRT da 1ª
Região, no Rio. A programação incluía traslados e almoço em
restaurantes.
Também constava entre as atividades previstas uma visita ao Museu do Petróleo e um jantar de confraternização com apresentação cultural.
Os convidados ficariam hospedados num resort em Mossoró, de sábado (28 de março) até amanhã (1º de abril). Todas as despesas seriam pagas pela empresa, que ofereceu dez convites. A comitiva viajaria do Rio a Fortaleza por via aérea, e iria de vans até Mossoró.
A propósito, é de lembrar que no último dia 9, o prédio do TRT no Rio foi invadido por 300 operários da Alumini, empresa que atua no Comperj - obra tocada pela Petrobras - e que está em recuperação judicial. Eles cobravam da estatal o atraso dos últimos cinco salários, além de benefícios, totalizando uma dívida de R$ 14 milhões.
O jornal O Globo revelou que ao menos dois juízes criticaram a "falta de bom senso" tanto da estatal como da presidência do TRT-1 pelo momento delicado pelo qual passa a empresa, envolvida em desvios bilionários investigados na Operação Lava-Jato.
A carta-convite enviada pela Petrobras data do dia 3 de março e foi endereçada à desembargadora Maria das Graças Paranhos que, uma semana depois, encaminhou a oferta da Petrobras aos membros do tribunal, solicitando que os interessados se manifestassem em 24 horas, após preencher uma ficha cadastral. A Petrobras pedia dados pessoais, número de manequim e calçado, e se havia alguma restrição alimentar.
No documento, a estatal diz que o convite busca "levar ao conhecimento do TRT as realizações da companhia, bem como reforçar a preocupação com o bem-estar da sociedade e a preservação do meio ambiente". Prometia que os participantes voltariam "com visão renovada sobre a dimensão do Brasil e a capacidade do nosso povo".
Petrobras explica convite
Procurada pelo jornalista Daniel Biasetto, de O Globo, a presidência do TRT-1 confirmou o cancelamento da visita e informou que só um juiz substituto do Trabalho havia manifestado interesse no evento. Segundo o TRT, a Petrobras foi informada da decisão no mesmo dia.
Em nota, a Petrobras confirmou o cancelamento da viagem e disse que promove um programa de visitas corporativas desde 1999, que "atende a objetivos estratégicos para consolidar a imagem de empresa de energia social e ambientalmente responsável, além de mostrar transparência por meio de visitas às suas instalações".
O convite foi assinado pelo gerente jurídico de Corporativo e Serviços, Nelson Sá Gomes Ramalho. Ao ser questionado sobre o cancelamento da visita, Ramalho, num primeiro momento, disse não se lembrar: “Devo ter assinado mesmo” – arrematou.
Fonte: Espaço Vital - www.espacovital.com.br - 31/03/2015 e Endividado
Também constava entre as atividades previstas uma visita ao Museu do Petróleo e um jantar de confraternização com apresentação cultural.
Os convidados ficariam hospedados num resort em Mossoró, de sábado (28 de março) até amanhã (1º de abril). Todas as despesas seriam pagas pela empresa, que ofereceu dez convites. A comitiva viajaria do Rio a Fortaleza por via aérea, e iria de vans até Mossoró.
A propósito, é de lembrar que no último dia 9, o prédio do TRT no Rio foi invadido por 300 operários da Alumini, empresa que atua no Comperj - obra tocada pela Petrobras - e que está em recuperação judicial. Eles cobravam da estatal o atraso dos últimos cinco salários, além de benefícios, totalizando uma dívida de R$ 14 milhões.
O jornal O Globo revelou que ao menos dois juízes criticaram a "falta de bom senso" tanto da estatal como da presidência do TRT-1 pelo momento delicado pelo qual passa a empresa, envolvida em desvios bilionários investigados na Operação Lava-Jato.
A carta-convite enviada pela Petrobras data do dia 3 de março e foi endereçada à desembargadora Maria das Graças Paranhos que, uma semana depois, encaminhou a oferta da Petrobras aos membros do tribunal, solicitando que os interessados se manifestassem em 24 horas, após preencher uma ficha cadastral. A Petrobras pedia dados pessoais, número de manequim e calçado, e se havia alguma restrição alimentar.
No documento, a estatal diz que o convite busca "levar ao conhecimento do TRT as realizações da companhia, bem como reforçar a preocupação com o bem-estar da sociedade e a preservação do meio ambiente". Prometia que os participantes voltariam "com visão renovada sobre a dimensão do Brasil e a capacidade do nosso povo".
Petrobras explica convite
Procurada pelo jornalista Daniel Biasetto, de O Globo, a presidência do TRT-1 confirmou o cancelamento da visita e informou que só um juiz substituto do Trabalho havia manifestado interesse no evento. Segundo o TRT, a Petrobras foi informada da decisão no mesmo dia.
Em nota, a Petrobras confirmou o cancelamento da viagem e disse que promove um programa de visitas corporativas desde 1999, que "atende a objetivos estratégicos para consolidar a imagem de empresa de energia social e ambientalmente responsável, além de mostrar transparência por meio de visitas às suas instalações".
O convite foi assinado pelo gerente jurídico de Corporativo e Serviços, Nelson Sá Gomes Ramalho. Ao ser questionado sobre o cancelamento da visita, Ramalho, num primeiro momento, disse não se lembrar: “Devo ter assinado mesmo” – arrematou.
Fonte: Espaço Vital - www.espacovital.com.br - 31/03/2015 e Endividado
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