Alto comissário pediu fim de posturas cínicas contra imigrantes para atender populistas xenófobos
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Husein, criticou duramente as políticas migratórias "cínicas" adotadas nesta segunda-feira pela União Europeia. A entidade acusou o bloco de transformar o Mediterrâneo em um "grande cemitério".
"A Europa dá as costas a alguns dos emigrantes mais vulneráveis do mundo", declarou Zeid em um comunicado divulgado depois dos últimos naufrágios registrados em frente à costa europeiae que poderiam somar mais de mil mortos. Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) que entrevistaram parte dos 28 sobreviventes afirmaram que o naufrágio deixou cerca de 800 mortos. A guarda costeira italiana recuperou 24 corpos no mar.
Para Zeid Ra'ad Al Husein, os europeus deveriam reconhecer que precisam de mão de obra pouco qualificada e admitir que os refugiados têm o direito de receber proteção. Zeid exortou os governos dos países da UE a adotarem "um enfoque mais corajoso e menos cínico", acusando-os de ceder aos movimentos populistas xenófobos em ascensão no bloco.
O funcionário criticou a falta de vias legais implantadas para os emigrantes e demandantes de asilo. Na tarde de segunda-feira, a União Europeia convocou uma reunião de emergência dos ministros do Interior e das Relações Exteriores europeus, e revelou um plano de ação com 10 medidas para fazer frente às tragédias no Mediterrâneo. "Estou horrorizado, mas não surpreso com a tragédia", assegurou Zeid. "Estes mortos e as centenas que os precederam nos últimos meses eram previsíveis", acrescentou, destacando que as mortes eram o resultado de um fracasso da governança e de uma "imensa falta de compaixão".
Ele também pediu à comunidade internacional que abra uma investigação independente sobre os naufrágios no Mediterrâneo e comprometeu-se a apoiá-la. O alto funcionário da ONU considerou que a operação europeia de vigilância marítima Triton não se adapta à situação atual, por estar "antes destinada a controlar as fronteiras marítimas que a salvar vidas".
O presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Elhadj As Sy, usou termos similares, ao lançar um apelo para "por um fim à indiferença que transforma o Mediterrâneo em um grande cemitério". As Sy deve ir na terça-feira para Catania, na Sicília, para onde foram levados os sobreviventes do naufrágio do domingo.
Agência Brasil e Correio do Povo
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Husein, criticou duramente as políticas migratórias "cínicas" adotadas nesta segunda-feira pela União Europeia. A entidade acusou o bloco de transformar o Mediterrâneo em um "grande cemitério".
"A Europa dá as costas a alguns dos emigrantes mais vulneráveis do mundo", declarou Zeid em um comunicado divulgado depois dos últimos naufrágios registrados em frente à costa europeiae que poderiam somar mais de mil mortos. Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) que entrevistaram parte dos 28 sobreviventes afirmaram que o naufrágio deixou cerca de 800 mortos. A guarda costeira italiana recuperou 24 corpos no mar.
Para Zeid Ra'ad Al Husein, os europeus deveriam reconhecer que precisam de mão de obra pouco qualificada e admitir que os refugiados têm o direito de receber proteção. Zeid exortou os governos dos países da UE a adotarem "um enfoque mais corajoso e menos cínico", acusando-os de ceder aos movimentos populistas xenófobos em ascensão no bloco.
O funcionário criticou a falta de vias legais implantadas para os emigrantes e demandantes de asilo. Na tarde de segunda-feira, a União Europeia convocou uma reunião de emergência dos ministros do Interior e das Relações Exteriores europeus, e revelou um plano de ação com 10 medidas para fazer frente às tragédias no Mediterrâneo. "Estou horrorizado, mas não surpreso com a tragédia", assegurou Zeid. "Estes mortos e as centenas que os precederam nos últimos meses eram previsíveis", acrescentou, destacando que as mortes eram o resultado de um fracasso da governança e de uma "imensa falta de compaixão".
Ele também pediu à comunidade internacional que abra uma investigação independente sobre os naufrágios no Mediterrâneo e comprometeu-se a apoiá-la. O alto funcionário da ONU considerou que a operação europeia de vigilância marítima Triton não se adapta à situação atual, por estar "antes destinada a controlar as fronteiras marítimas que a salvar vidas".
O presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Elhadj As Sy, usou termos similares, ao lançar um apelo para "por um fim à indiferença que transforma o Mediterrâneo em um grande cemitério". As Sy deve ir na terça-feira para Catania, na Sicília, para onde foram levados os sobreviventes do naufrágio do domingo.
Agência Brasil e Correio do Povo
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