quinta-feira, 23 de abril de 2015

Dólar fecha a R$ 3 antes do balanço da Petrobras e com fluxo cambial

O dólar –tanto na cotação à vista, usada como referência no mercado financeiro, quanto na comercial, utilizada no comércio exterior– fechou a R$ 3 nesta quarta-feira (22). Durante os negócios, a moeda americana chegou a ficar abaixo desse valor. A última vez que a moeda americana fechou abaixo de R$ 3 foi em 4 de março deste ano.

Às 12h40, o dólar à vista, chegou a cair 1,16%, para R$ 2,997, na mínima do dia, e o comercial caiu 0,92%, para R$ 2,997.

O dólar à vista fechou com desvalorização de 0,96%, a R$ 3,004. O dólar comercial teve queda de 0,62%, a R$ 3,008.

De acordo com Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a queda de hoje foi resultado de um otimismo dos investidores com dados como o fluxo cambial. "Foram divulgados dados promissores, como o fluxo cambial positivo, além de preocupações menores com a situação entre congresso e governo, o que diminuiu a aversão ao risco em relação ao país", diz.

O fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,441 bilhões na semana passada, resultado de uma entrada líquida de US$ 2,314 bilhões na conta financeira e de um superavit de US$ 1,127 bilhão na conta comercial, segundo dados do Banco Central divulgados nesta quarta.

No mês, até o dia 17, o fluxo cambial está positivo em US$ 4,410 bilhões, resultado de um ingresso líquido de US$ 3,421 bilhões na conta financeira e um superavit US$ 989 milhões na conta comercial.

A divulgação do balanço auditado da Petrobras também aliviou os investidores nesta quarta, diz. "Havia uma incerteza sobre a possibilidade de a empresa ter que antecipar o pagamento de dívidas, o que poderia interferir no balanço do Tesouro. Isso se dissipa agora", avalia Galhardo.

"Vimos uma forte valorização do dólar em razão do risco político que tínhamos, mas ao longo das últimas semanas isso foi diminuindo. O especulador, com a taxa alta, saiu fora", avalia.

Para Carlos Pedroso, economista sênior do Banco de Tokyo-Mitsubishi, a divulgação do balanço reduz a percepção de risco do país. "Há uma expectativa positiva em relação à divulgação do balanço, pois reduz a probabilidade de o governo precisar ajudar a Petrobras e, com isso, atrapalhar seu ajuste fiscal. Isso aumentaria o risco de rebaixamento do país", avalia.

O fim das incertezas beneficia a estabilização do dólar, diz. "Favorece também a normalização da Petrobras no mercado financeiro. Pode abrir porta para a queda do risco-Brasil e para a retomada de captações do Tesouro e de empresas", afirma.
Fonte: Folha Online - 22/04/2015 e Endividado

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