por CÍNTIA MARCUCCI
A funcionária pública Ana Paula Junqueira, 42, costumava fazer festas para sua filha mais velha, Natália, 5, em bufê. Nada contra, mas ela sentia falta do prazer de preparar a comemoração. "No bufê, você chega e está tudo pronto. É bem prático, mas a satisfação é outra. Eu tenho prazer em preparar a festa, embora dê trabalho."
Foi então que resolveu fazer o primeiro aniversário da mais nova, Juliana —hoje com três anos—, em casa. Chamou um animador, providenciou sucos de frutas e comidinhas com uma pegada mais saudável.
Diz que até hoje os convidados se lembram daquele dia. "Acho que é porque todo mundo se sentou à vontade, no chão, sem aquela coisa de hora certa para cantar parabéns, para abrir presentes..."
Esse prazer que Ana sente em pensar e organizar o aniversário dos filhos é compartilhado por outras mães paulistanas. Entre os motivos, a volta ao estilo antigo de comemorar, a busca por festas mais baratas e o contraponto às celebrações-ostentação que tomaram conta do mercado nos últimos anos.
Para se ter uma ideia, dados de um levantamento feito pela Universidade de São Paulo no ano passado mostram que o mercado infantil, incluindo festas, movimentou R$ 50 bilhões em 2013 no país, com crescimento de 14% ao ano, o dobro que o mercado "adulto".
Não é que a festa em casa seja necessariamente barata. Mas, na comparação do que se pode fazer com o mesmo valor em bufês, a comemoração caseira pode ficar mais incrementada.
Em média, para uma festa de 50 a cem convidados, desembolsa-se entre R$ 4.000 e R$ 6.000, segundo as mães ouvidas pela reportagem.
O valor fica longe dos bufês mais badalados da cidade, que chegam a cobrar mais de R$ 11 mil por festa e têm lista de espera de meses para conseguir uma data.
O cuidado para não estourar demais o orçamento consiste em escolher bem o que colocar em casa, pois o céu é o limite quando se trata dos primeiros aniversários dos filhos.
"Quando fui contratar um teatro para a festa de três anos do Teodoro, ouvi da moça que seria pouco, que as crianças iriam ficar entediadas", conta a advogada Amanda Rahal, 37, que recebeu cem convidados no salão do prédio do irmão, encomendou doces, contratou carrinhos de comida de festa e comprou a decoração de uma empresa que faz papelaria personalizada.
"Se tivesse dado ouvidos ao que me falaram, teria ainda mais não sei quantos animadores e atividades desnecessariamente. As crianças ficaram correndo e brincando ali no prédio mesmo e ficaram zero entediadas."
A administradora de empresas Gisela Adissi, 40, também usa a parte da decoração com papelaria nos aniversários de Felipe, 7, e Malu, 3, mas aproveita o gosto da família festeira para resolver todo o resto: a mãe faz carne louca e cachorro-quente, a tia fez doces, o irmão encomendou os pães, a irmã encheu bexigas.
"Era assim quando eu era criança, né? Eu gosto até dos imprevistos, como quando, em uma das festas, acabou o brigadeiro e eu subi correndo em casa, mexi mais quatro latas e levei pro salão em uma travessa ainda quente, com colherinhas. É história pra lembrar."
Há, inclusive, mães que acharam nas festas um novo tipo de trabalho. É o caso da designer Mariana Calvo, 30, mãe de Benjamim, 2, e Nina, seis meses, e dona da Mimou (leia ao lado). Depois de criar uma festa só com motivos de bolas para o filho, foi requisitada para montar comemorações para outras crianças e até adultos. "Tem temas que são difíceis de encontrar coisas legais, então decidi fazer eu mesma."
PARA DEIXAR A CASA NO CLIMA
Festa das Comadres
Toda a parte de papelaria pode ser escolhida entre temas como chá da Alice, viagem ao espaço e circo. Também é possível criar um desenho exclusivo (por R$ 250 a mais).
www.festadascomadres.com.br
′Printables′
Busque por esse nome na internet. Há dezenas de sites, nacionais e internacionais, que oferecem imagens para decoração de mesas de bolo, topos de docinhos e arranjos para mesa e parede. Muitos são gratuitos.
Parangolé
Vende kits que incluem doces, decoração e descartáveis para a festinha por a partir de R$ 687,90. Também vende avulsos no site, divididos por cor e tema.
www.parangole.com.br
Mimou
Depois de buscar ideias para montar a festa do filho, a designer Mariana Calvo percebeu que havia espaço para explorar novos temas e fez disso um novo trabalho.
www.mimou.com.br
Fonte: Folha Online - 26/04/2015 e Endividado
Foi então que resolveu fazer o primeiro aniversário da mais nova, Juliana —hoje com três anos—, em casa. Chamou um animador, providenciou sucos de frutas e comidinhas com uma pegada mais saudável.
Diz que até hoje os convidados se lembram daquele dia. "Acho que é porque todo mundo se sentou à vontade, no chão, sem aquela coisa de hora certa para cantar parabéns, para abrir presentes..."
Esse prazer que Ana sente em pensar e organizar o aniversário dos filhos é compartilhado por outras mães paulistanas. Entre os motivos, a volta ao estilo antigo de comemorar, a busca por festas mais baratas e o contraponto às celebrações-ostentação que tomaram conta do mercado nos últimos anos.
Para se ter uma ideia, dados de um levantamento feito pela Universidade de São Paulo no ano passado mostram que o mercado infantil, incluindo festas, movimentou R$ 50 bilhões em 2013 no país, com crescimento de 14% ao ano, o dobro que o mercado "adulto".
Não é que a festa em casa seja necessariamente barata. Mas, na comparação do que se pode fazer com o mesmo valor em bufês, a comemoração caseira pode ficar mais incrementada.
Em média, para uma festa de 50 a cem convidados, desembolsa-se entre R$ 4.000 e R$ 6.000, segundo as mães ouvidas pela reportagem.
O valor fica longe dos bufês mais badalados da cidade, que chegam a cobrar mais de R$ 11 mil por festa e têm lista de espera de meses para conseguir uma data.
O cuidado para não estourar demais o orçamento consiste em escolher bem o que colocar em casa, pois o céu é o limite quando se trata dos primeiros aniversários dos filhos.
"Quando fui contratar um teatro para a festa de três anos do Teodoro, ouvi da moça que seria pouco, que as crianças iriam ficar entediadas", conta a advogada Amanda Rahal, 37, que recebeu cem convidados no salão do prédio do irmão, encomendou doces, contratou carrinhos de comida de festa e comprou a decoração de uma empresa que faz papelaria personalizada.
"Se tivesse dado ouvidos ao que me falaram, teria ainda mais não sei quantos animadores e atividades desnecessariamente. As crianças ficaram correndo e brincando ali no prédio mesmo e ficaram zero entediadas."
A administradora de empresas Gisela Adissi, 40, também usa a parte da decoração com papelaria nos aniversários de Felipe, 7, e Malu, 3, mas aproveita o gosto da família festeira para resolver todo o resto: a mãe faz carne louca e cachorro-quente, a tia fez doces, o irmão encomendou os pães, a irmã encheu bexigas.
"Era assim quando eu era criança, né? Eu gosto até dos imprevistos, como quando, em uma das festas, acabou o brigadeiro e eu subi correndo em casa, mexi mais quatro latas e levei pro salão em uma travessa ainda quente, com colherinhas. É história pra lembrar."
Há, inclusive, mães que acharam nas festas um novo tipo de trabalho. É o caso da designer Mariana Calvo, 30, mãe de Benjamim, 2, e Nina, seis meses, e dona da Mimou (leia ao lado). Depois de criar uma festa só com motivos de bolas para o filho, foi requisitada para montar comemorações para outras crianças e até adultos. "Tem temas que são difíceis de encontrar coisas legais, então decidi fazer eu mesma."
PARA DEIXAR A CASA NO CLIMA
Festa das Comadres
Toda a parte de papelaria pode ser escolhida entre temas como chá da Alice, viagem ao espaço e circo. Também é possível criar um desenho exclusivo (por R$ 250 a mais).
www.festadascomadres.com.br
′Printables′
Busque por esse nome na internet. Há dezenas de sites, nacionais e internacionais, que oferecem imagens para decoração de mesas de bolo, topos de docinhos e arranjos para mesa e parede. Muitos são gratuitos.
Parangolé
Vende kits que incluem doces, decoração e descartáveis para a festinha por a partir de R$ 687,90. Também vende avulsos no site, divididos por cor e tema.
www.parangole.com.br
Mimou
Depois de buscar ideias para montar a festa do filho, a designer Mariana Calvo percebeu que havia espaço para explorar novos temas e fez disso um novo trabalho.
www.mimou.com.br
Fonte: Folha Online - 26/04/2015 e Endividado
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