Advogado Robson Merola de Campos
Logo
após o resultado do segundo turno escrevi um pequeno artigo sobre o
perigo da divisão do Brasil entre “nós” e “eles”, “pobres” e
“remediados” (e digo remediados, me referindo à classe média, pois, para
os abastados sempre se pode pegar um vôo para Miami), “eleitor do
nordeste” e “eleitor do sul”, que foi um dos temas principais da
campanha vitoriosa à Presidência da República.
Vendo
os pronunciamentos do ex-presidente Lula, convocando o “exército do
Stedile” (líder do MST) para uma “guerra”, e depois, assistindo um vídeo
onde este senhor discursa em evento realizado em 05/03/2015 em Caracas,
ao lado do Presidente venezuelano Nicolás Maduro, fazendo referências
ao clamor pelo impeachment da Presidente Dilma e dizendo que o
continente sul-americano deve se unir contra a “burguesia” (entre outras
assertivas) fica difícil imaginar que se tratava de pura retórica por
parte do ex-presidente.
A
questão é que sempre que se fala em guerra pressupõe-se a existência de
um inimigo que deve ser combatido e levado à derrota por quaisquer
meios ao alcance de quem o combate. No caso presente, quem seria o
inimigo a ser derrotado pelas “hordas” de João Pedro Stedile citadas
pelo ex-presidente Lula? Não se trata de inimigo externo, pois, o
próprio Stedile esteve em Caracas e pediu apoio para combater aqueles
que pedem o impeachment da Presidente Dilma e que ele classificou como
“burgueses”. Se se quer combater o povo que pede o impeachment, o
ex-presidente está falando de guerra fratricida, onde irmão combate
irmão, vizinho combate vizinho, cidade combate cidade. A última vez que
se teve notícia de conflito similar no Brasil ocorreu nos idos de 1932
com a Revolução Constitucionalista deflagrada por São Paulo. Em três
curtos meses de combates, estima-se que cerca de dois mil brasileiros
perderam a vida…
Esta
semana surgiu inteligentemente a figura retórica do terceiro turno
citada pela Presidente Dilma e por seu Ministro da Casa Civil Aloísio
Mercadante, entre outros. Afirmam que quem pede o impeachment é quem foi
derrotado nas urnas em eleições legítimas realizadas no final do ano
passado. Ora, o povo brasileiro não concorreu. E é significativa parcela
do povo brasileiro, que, acertadamente ou não, com fundamento jurídico
ou não, que, cansado dos escândalos diários, cansado das mentiras
repetidas em bordão inúmeras vezes por quem nos comanda (“eu não sabia
de nada”), ou pelo menos por quem deveria ter autoridade para nos
comandar, é quem está pedindo o impeachment. E nem vamos aqui repetir as
dúvidas que qualquer pessoa esclarecida tem sobre a lisura de um
processo eleitoral eletrônico que não permite a recontagem e conferência
dos votos. Quer saber mais? Pesquise no Google sobre Içara – SC e a
tentativa frustrada de recontar votos de uma urna eletrônica. A situação
atual me lembra a parábola do sapo: jogue um sapo em uma panela de água
fervente e ele pulará imediatamente. Mas, coloque o sapo em uma panela e
vá aquecendo a água lentamente até a fervura e ele morrerá cozido sem
reagir…
Muitos
irão às ruas no próximo dia 15/03/2015 para pedir o impeachment da
Presidente. Outros vão pedir uma intervenção militar. Mas, a grande
maioria vai mesmo é para declarar a sua insatisfação com o atual estado
de coisas. É para falar que do jeito que está não dá mais para ficar.
Não se pode mais conviver com tantos escândalos assim no país. Não há
quem agüente. Não há quem suporte. Não há quem tolere mais essa
situação, onde a mentira se institucionalizou no Brasil. E, lá em cima,
na cúpula política, eles continuam rindo e debochando do povo entre
goles de Romanée Conti, comprado a R$ 8 mil a garrafa…
É
evidente que o ex-presidente Lula e sua afilhada, atual Presidente da
República, bem como seus principais assessores, sabem que o Brasil está
dividido e prestes a explodir. Eles querem isso. Mais: eles contam com
isso. O Brasil ainda não explodiu devido à nossa natureza conciliadora e
pacata. Somos as ovelhas do rebanho. E inteligentemente, o PT que ocupa
o Planalto há mais de uma década tem movido todos os seus recursos,
legais e ilegais (basta recordar-se o famigerado “Mensalão”) para
aparelhar o estado e manter-se indefinidamente no poder. Para isso,
fizeram um cuidadoso trabalho de reescrever nosso passado recente,
contando apenas um lado da história. Assim, terroristas que mataram,
assaltaram, explodiram bombas visando única e exclusivamente implantar
uma ditadura comunista no Brasil tornaram-se lutadores imaculados pela
liberdade do povo brasileiro. Militares foram execrados e são olhados
com desconfiança por grande parcela de nossos jovens que desconhecem os
dois lados da história. Já dizia Rui Barbosa: “uma nação que confia em
seus direitos em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e
prepara a sua própria queda”.
Houve
excessos do lado dos militares? Claro que sim. Mas, tais excessos
também ocorreram do lado dos guerrilheiros comunistas, que hoje estão à
frente do poder no Brasil. Sim, vou repetir: comunistas. Era isso que
eram. E é isso que continuam sendo. Mas, na torpe maneira de reescrever
nossa história recente apaga-se um lado em benefício do outro. Se, no
processo, for preciso mentir, ludibriar ou ocultar fatos é de somenos
importância. O importante mesmo é perpetuar-se no poder.
O
risco de uma verdadeira guerra no Brasil, interna, fratricida, cruel,
sangrenta e prolongada é real. Pode ser que não seja imediata, mas, no
atual andar da carruagem parece inevitável. Quem a pede seja do lado do
PT (com o exército do Stedile, apoiado por militares venezuelanos e
cubanos, infiltrados no Brasil ou prontos para aqui invadir, a
pedido/comando de quem ocupa/ocupou o Planalto) seja do lado daqueles
que bradam por uma intervenção militar não sabem nem de longe o
sofrimento que é uma guerra fratricida. Não conseguem visualizar o
futuro sangrento de um país em guerra interna. Mas, é bom lembrar: se
não fosse a decisão de combater Hitler e o nazismo que culminou na mais
sangrenta guerra da qual se tem notícia, com estimados 60 milhões de
mortos, entre pessoal civil e militar, hoje, você caro leitor estaria
falando alemão, vivendo sob um dos regimes mais tirânicos e cruéis que o
mundo já viu, morando em uma cidade sem negros, pardos, judeus,
ciganos, aleijados, incapazes ou qualquer outra pessoa que não
comungasse com os ideais nazistas. Conclusão: guerra é acontecimento que
deve ser evitado a todo custo, mas, chega um ponto quando não dá mais
simplesmente para fechar os olhos e fingir que as coisas estão indo às
mil maravilhas…
No
próximo dia 15/03 eu irei para a rua e levarei meu filho de oito anos
comigo. Quero mostrar-lhe que democrática e pacificamente um povo, se
quiser, pode alterar o seu destino. Espero, confio em Deus que as vozes
da insensatez se calem e dêem ouvidos à razão. Que a democracia, a
verdade e a justiça prevaleçam. Mas, estou também preparado e vigilante.
Lembro de uma frase, cujo autor me escapa, que diz: “o verdadeiro
soldado não luta porque odeia o que está à sua frente, mas, sim, porque
ama o que está atrás dele”. Não é com alegria que escrevo essas linhas.
Meu coração está sombrio. Não quero e não desejo uma guerra no meu país.
Mas, não me submeterei à mentira. Não me submeterei à ameaça e ao medo.
Não me submeterei a quem espolia o Brasil. Não me submeterei a quem,
vestido de ovelha tem se revelado lobo. Chega de ignomínia! Basta de
corrupção!
Brasil! Acima de tudo!”
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