por FERNANDO NAKAGAWA
Falta de confiança empresarial, investimento fraco, problemas nos setores de petróleo, gás e construção e redução do consumo são fatores que deterioram o resultado da economia nos próximos meses, segundo a projeção do banco britânico
A recessão esperada para o Brasil será a mais forte em um quarto de século. Essa é a previsão do banco britânico HSBC. A instituição prevê contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% em 2015. "Se nossa previsão se confirmar, será o pior desempenho para a economia brasileira em 25 anos". O pessimismo é explicado pelo investimento "excepcionalmente fraco" em meio à falta de confiança empresarial e problemas dos setores de petróleo e gás e construção. Outro fator negativo é a contenção do consumo pela piora do mercado de trabalho e redução da renda disponível.
Em relatório sobre as perspectivas da economia global no segundo trimestre, a equipe de economistas do HSBC desenhou cenário bastante pessimista para o Brasil. Entre os 46 países e regiões econômicas com previsões no relatório, apenas três países devem amargar recessão em 2015: Brasil, Argentina (-2%) e Rússia (-3,5%). Nenhuma economia desenvolvida deve registrar contração. Para 2016, o banco espera que o PIB brasileiro deve se recuperar com crescimento de 2,3%.
"As expectativas para a economia brasileira continuam a deteriorar-se. Dois fatores ajudam a explicar o fraco desempenho da economia: investimento excepcionalmente fraco e contenção do consumo", diz o estudo divulgado na manhã desta sexta-feira, 20, na capital britânica. O trecho do documento dedicado ao Brasil é assinado pelo economista-chefe do HSBC em São Paulo, Constantin Jancsó.
Investimento. Entre as razões do pessimismo, o HSBC nota que há piora da confiança empresarial por uma série de fatores. Além da deterioração das perspectivas econômicas e das preocupações com o risco de racionamento elétrico - aspectos que já influenciavam em 2014, o relatório cita que a situação piorou com as dificuldades do setor de petróleo e gás e construção em meio às investigações sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras. Isso deve fazer com que o volume de investimento em ativos fixos caia 8% em 2015.
Apesar do pessimismo com as implicações imediatas do escândalo na Petrobras, o HSBC tem uma visão relativamente otimista sobre o efeito de longo prazo do caso. "As investigações podem ser muito benéficas se conduzirem a uma melhora da governança corporativa e uma interação mais transparente entre o setor público e privado", diz o trecho assinado por Jancsó.
Consumo. No lado do consumo, os prognósticos também não são bons. O banco fala em queda do consumo de 0,5% neste ano, o que seria o pior desempenho da componente do PIB desde 2003. "Esperamos que as famílias sejam afetadas negativamente pela fraqueza do mercado de trabalho - projetamos que o desemprego deverá subir 2 pontos porcentuais na média em 2015 - e haverá impacto das políticas austeras do governo - o aumento dos preços das eletricidade deve cortar a renda disponível entre 1% e 2%", diz o economista.
Além disso, o HSBC também nota que o consumo será afetado pelas condições mais restritas do mercado de crédito. Isso acontecerá pelo aumento do juro que continua em curso e também diante das condições mais rigorosas para concessão de crédito.
Fonte: Estadão Online - O Estado de S.Paulo - 20/03/2015 e Endividado
Juros ao consumidor atingem recorde sem elevar calote; veja simulação
Os juros ao consumidor atingiram novos recordes, fruto da recente escalada nos juros do governo, mas isso ainda não se refletiu com a mesma intensidade no aumento da inadimplência.
O juro médio cobrado no cartão de crédito rotativo alcançou 334% ao ano em janeiro. No cheque especial, a taxa média é de 208,7% ao ano. São as maiores taxas desde 1999, segundo levantamento da Anefac (associação dos executivos financeiros). No mesmo mês de 2014, as taxas estavam em 309,5% e 154,1%, respectivamente.
Editoria de Arte/Folhapress
Apesar disso, o calote médio em todas as linhas de crédito para pessoas físicas caiu de 4% para 3,8% de janeiro de 2014 para janeiro de 2015. Para especialistas, isso significa que o brasileiro está escolhendo melhor as linhas de crédito que utiliza para enfrentar imprevistos financeiros, evitando as modalidades com taxas as mais caras.
"Empréstimos pessoais e consignados têm ganhado espaço. O consumidor está comparando as taxas de diferentes modalidades de crédito", disse Wilson Justo, diretor da financeira Sorocred.
No caso do consignado, a taxa é menor porque o desconto é feito já na folha de pagamento de quem tomou o crédito. No empréstimo pessoal, a taxa é um pouco maior, mas ainda bem menos salgada do que no cartão de crédito e no cheque especial.
Recentemente, vem ganhando força o financiamento em que o consumidor oferece um bem como garantia. Geralmente é o carro ou a casa. As taxas tendem a ser menores (2% a 3% ao mês) porque a instituição tem a possibilidade de tomar o bem em caso de inadimplência. O valor máximo emprestado é o do bem em garantia.
"Quem toma esse crédito pega 70% do valor de um veículo. Conhecemos bem esse público e damos condições para acertar o financiamento. Não interessa a ninguém pegar o carro, que geralmente é um veículo antigo", afirma Tadeu Silva, vice-presidente da Omni Financeira.
LEI DIFICULTA SUJAR NOME DE INADIMPLENTE
Os juros ao consumidor atingiram novos recordes, fruto da recente escalada nos juros do governo, mas isso ainda não se refletiu com a mesma intensidade no aumento da inadimplência.
O juro médio cobrado no cartão de crédito rotativo alcançou 334% ao ano em janeiro. No cheque especial, a taxa média é de 208,7% ao ano. São as maiores taxas desde 1999, segundo levantamento da Anefac (associação dos executivos financeiros). No mesmo mês de 2014, as taxas estavam em 309,5% e 154,1%, respectivamente.
Apesar disso, o calote médio em todas as linhas de crédito para pessoas físicas caiu de 4% para 3,8% de janeiro de 2014 para janeiro de 2015. Para especialistas, isso significa que o brasileiro está escolhendo melhor as linhas de crédito que utiliza para enfrentar imprevistos financeiros, evitando as modalidades com taxas as mais caras.
"Empréstimos pessoais e consignados têm ganhado espaço. O consumidor está comparando as taxas de diferentes modalidades de crédito", disse Wilson Justo, diretor da financeira Sorocred.
No caso do consignado, a taxa é menor porque o desconto é feito já na folha de pagamento de quem tomou o crédito. No empréstimo pessoal, a taxa é um pouco maior, mas ainda bem menos salgada do que no cartão de crédito e no cheque especial.
Recentemente, vem ganhando força o financiamento em que o consumidor oferece um bem como garantia. Geralmente é o carro ou a casa. As taxas tendem a ser menores (2% a 3% ao mês) porque a instituição tem a possibilidade de tomar o bem em caso de inadimplência. O valor máximo emprestado é o do bem em garantia.
"Quem toma esse crédito pega 70% do valor de um veículo. Conhecemos bem esse público e damos condições para acertar o financiamento. Não interessa a ninguém pegar o carro, que geralmente é um veículo antigo", afirma Tadeu Silva, vice-presidente da Omni Financeira.
Fonte: Folha Online - 23/03/2015 e Endividado
Consumidores de sites de compras coletivas estão mais exigentes, diz SPC
Pesquisa mostrou que 47% dos consumidores de compras coletivas diminuíram a frequência de consumo pelos sites
A queda nas intenções de adquirir produtos ou serviços por sites de compras coletivas reflete a maior consciência do consumidor. O perfil deixou de ser a compra por impulso e, agora, esses consumidores observam melhor as condições de uso oferecidas. A avaliação é do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que divulgou essa semana uma pesquisa sobre hábitos de compra pela internet.
A pesquisa foi feita em todas as capitais do país, de 5 a 8 de janeiro deste ano, e respondida pela internet por 662 pessoas maiores de idade de ambos os sexos e todas as classes sociais. Os dados mostram que 47% dos consumidores de compras coletivas diminuíram a frequência de consumo pelos sites, 42% adquiriram produtos e serviços e 61% fizeram ao menos uma compra a cada seis meses.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a cautela ocorre porque o consumidor está mais atento às condições de compra. “Isso veio como um boom (crescimento acelerado) e a impressão que dá é que as pessoas foram com muita sede ao pote". Ela explicou que é necessário verificar "com muito cuidado" o contrato de compra e verificar as condições de vendas impostas pelos sites.
No caso das refeições em restaurantes, por exemplo, existe o dia certa para usar o vale de compra, disse Marcela Kawauti. Acrescentou que em época de temporada não de pode utilizar o vale adquirido para pousadas. "Então, as pessoas começaram a aprender a usar, por isso que teve esse recuo”, ressaltou.
A pesquisa mostra que cerca de um terço dos cupons não foram utilizados, sendo que 58% dos consumidores disseram que o prazo expirou, 16% que o local para usufruir o produto era muito longe e 15% admitiram que não leram com atenção o regulamento e perceberam, depois da compra, que o regulamento não o atendia.
Marcela disse que houve insatisfação dos consumidores quando começou o boom das compras coletivas, em 2010 e 2011. “Das pessoas que se disseram insatisfeitas, para quem usou o cupom, 21% disseram que teve qualidade de serviço muito ruim, para 20% o atendimento deixou a desejar e 14% disseram que era muito difícil conseguir um dia e horário para usufruir o produto, o que é muito comum também”.
Para o publicitário Daniel Araújo, de 28 anos, morador de Cuiabá (MT), o interesse pelos nossites de compra coletiva diminuiu, também, porque deixou de ser novidade. “Foi um boom, né, ficava todo mundo comprando, todo mundo olhando, eram poucos sites e a gente queria aproveitar o máximo que conseguisse, o que aparecesse de oferta eu comprava, porque era tentador. Mas aí aumentou a quantidade de sites, além dos nacionais foram surgindo mais siteslocais, com promoções da nossa cidade, mas acabou que tudo, foi virando mais do mesmo”.
Ele acrescentou que, com o passar do tempo, os atrativos diminuíram e os descontos não eram tão incentivadores. “Eu realmente comprava muito, aproveitava de peça de teatro a reparo de carro, comida, procedimento estético, que tinha bastante. Depois parei, comprava só algumas coisas de jantar, promoção para casal, para grupo. Depois nunca mais, ficou sem atrativo. Hoje em dia eu ainda entro, dou uma olhada para ver o que tem de novo, de diferente. E não tem nada, são sempre as mesmas coisas e geralmente eu não compro”.
Fonte: IG Economia - 22/03/2015 e Endividado
O custo Brasil
por Tales Andreassi
Um dos grandes problemas com que todo empreendedor brasileiro tem que lidar é o custo Brasil. Em geral, o custo de se produzir bens e serviços no Brasil é consideravelmente maior se comparado a outros países, chegando a ser, em média, 40% maior aqui do que nos Estados Unidos.
Isso porque, no Brasil, há uma série de ocorrências que acabam ocasionando tal aumento. Dentre tais fatores, há aqueles que só vão ser resolvidos no longo prazo, devido aos altos investimentos exigidos, como a nossa fraca infraestrutura. Eletricidade cara, problemas com estradas e portos, malha ferroviária precária, escassez de água são alguns desses problemas.
Há, no entanto, alguns pontos que contribuem para o custo Brasil e que poderiam ser resolvidos de forma mais rápida. É o caso da nossa legislação trabalhista e tributária, que tanto oneram o empreendedor. Se na questão tributária já tivemos alguns avanços com o Simples Nacional e o MEI, mexer na legislação do trabalho ainda é um tabu.
A consequência é que o empreendedor tende a tornar o trabalho dentro de sua empresa cada vez mais precário, contratando parentes, funcionários temporários e pessoas com baixa capacitação que não conseguem empregos formais em outras empresas. E isso contribui ainda mais com o aumento do seu custo, dada a baixa qualificação do empregado.
Outro fator responsável pelo custo Brasil e que também poderia ser resolvido de forma mais rápida é o acesso a crédito. É impossível um empreendedor conseguir sobreviver se tiver que pagar juros de 5% ao mês para seu capital de giro. Não poderiam ser criadas linhas de crédito especiais para empreendedores, a juros subsidiados?
Um último ponto refere-se à burocracia na abertura e fechamento de empresas. Em muitos países, basta você entrar na Internet e em cinco minutos abre uma empresa.
Aqui o processo é bem mais lento, demorando mais de um mês. No entanto, o drama aparece quando é necessário pedir uma licença especial ou um alvará, o que pode levar anos para se conseguir. Não seria possível ter algo mais ágil e eficiente? Os empreendedores agradecem!
Fonte: Folha Online - 22/03/2015 e Endividado
Prévia da inflação para 12 meses vai a 7,9%, a mais alta desde 2005
A inflação prévia medida pelo IPCA-15 acumulada em 12 meses findos em março foi de 7,9%. O índice está acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, de 6,5%, e acima também do resultado verificado em fevereiro, de 7,36%.
O resultado do acumulado em 12 meses é o mais alto desde maio de 2005, quando o IPCA-15 alcançou 8,19% no intervalo.
Os dados foram divulgado na manhã desta sexta-feira (20) pelo IBGE.
O IPCA-15 mede a inflação acumulada do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência funciona como uma prévia do que poderá ser a inflação fechada no mês.
A prévia da inflação oficial para março ficou em 1,24%.
O índice ficou abaixo da registrada em fevereiro (1,33%), porém maior do que março de 2014, quando apontou para aumento de preços de 0,73%.
No acumulado dos três primeiros meses do ano, a inflação chegou a 3,5%, a maior desde dezembro passado.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechado serve de base para a decisão do Banco Central de subir ou não os juros do país.
SETORES
Na variação mensal, pesou no bolso do consumidor as altas de habitação (2,78%), transportes (1,91%) e alimentação e bebidas (1,22%). Os segmentos que deram alívio foram comunicação (queda de 0,78%) e vestuário (-0,11).
No acumulado em 12 meses, habitação também figurou como a maior alta, de 13,72%, seguida de alimentação e bebidas (8,90%), educação (8,43%) e despesas pessoais (8,26%). Transportes (7,38%) e saúde e cuidados pessoais (7,06%) também ficaram acima do teto da meta do governo.
Na série de 12 meses, apenas um dos nove grandes segmentos pesquisados pelo IBGE tiveram queda nos preços– comunicação, de 1,65%.
Fonte: Folha Online - 20/03/2015 e Endividado
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